O aumento de animais soltos nas rodovias tem elevado a estatística de acidentes nas estradas da região de Campinas. Dados da Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo) revelam que no primeiro semestre deste ano (janeiro a julho) foram registrados 279 acidentes com seis mortes, enquanto no mesmo período do ano passado foram 228 acidentes e duas mortes.
Segundo a concessionária Rota das Bandeiras, o período de seca, e a consequente alta no número de queimadas, impulsionam os casos de animais soltos nas pistas (entenda abaixo).
Esse tipo de ocorrência tem sido tão recorrente que, na semana passada, um cavalo foi parar no acesso da Rodovia Governador Doutor Adhemar Pereira de Barros (SP-340) para a Rodovia D. Pedro I (SP-065). O animal parou o trânsito, uma cena desesperadora para os motoristas. É possível ver que ele vai de um lado para o outro, assustado e começa a circular entre os veículos, correndo no contrafluxo.
Outro caso do tipo, mas que teve um final trágico, foi o acidente fatal que matou o secretário-adjunto de Desenvolvimento de Nova Odessa, Eduardo Mota, em março na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348). Além dele, o prefeito da cidade, Cláudio Schooder (PSD), ficou ferido. Os dois estavam em um carro e voltavam de um compromisso em São Paulo quando atingiram um dos oito cavalos que estavam soltos na pista do sentido interior, em Hortolândia.
A vendedora Cristiane Galdino conta que já viu um cavalo enquanto estava na pista, ligou para a polícia ir até o local. Mas não são apenas os animais de grande porte que são encontrados, o analista de sistemas Giovane Cunha relata que já viu na beira da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) um cachorro solto.
Campanha de conscientização de animais soltos
Por conta da frequência dos casos, a cada dois anos a concessionária Rota das Bandeiras faz um censo de animais em propriedades em torno de rodovias. Durante a conversa, os proprietários informam aos inspetores do tráfego quantos animais tem e se eles possuem alguma marcação.
“A gente sempre escolhe esta época do ano devido à estiagem porque a gente tem uma seca severa e as queimadas podem enfraquecer os arames e estruturas que cercam os animais. Com o próprio peso do animal, ele pode estourar a cerca e entrar na rodovia”, explica Dario Americo, supervisor de tráfego da concessionária.
Na última edição do ‘Censo Animal’, em 2022, foram visitadas 79 propriedades, que possuíam 5.652 animais. As características e as marcações dos animais são informações que auxiliam a concessionária a identificar o proprietário caso haja alguma apreensão ou acidente na rodovia.
Neste ano, a concessionária Rota das Bandeiras realiza a quarta edição do censo, que, além de identificar, também busca conscientizar proprietários de animais de grande porte à beira das rodovias.
E quando os donos não são identificados?
Quando os animais soltos são localizados pelos agentes da Rota das Bandeiras, eles são removidos para o pátio de apreensão em Louveira, onde recebem cuidados veterinários como vacinas e alimentação. Os proprietários têm oito dias para fazer a retirada dos animais.
Depois desse período, caso o proprietário não seja identificado, os animais são liberados para leilão, com a arrecadação destinada ao município e ao próprio pátio de apreensão para a cobertura dos gastos efetuados durante a estadia.
Atualmente, o pátio em Louveira tem mais de 20 bois e cavalos, que ficam no local provisoriamente. Mas esse número muda com frequência, já que quase todos os dias chega ao menos um animal encontrado solto em rodovia.
“Os que chegam com fraturas completas e expostas, a gente infelizmente não tem a possibilidade de fazer nada, mas, fora isso, os que chegam com machucados leves são recuperados e, após a quarentena, ficam com o rebanho, por uma média de 30 dias”, explica o veterinário Adalberto Dezidério.
O profissional destaca ainda que é preciso que os donos se organizem para manter o animal num local seguro e cercado, para que ele não escape.
O que fazer ao se deparar com um animal na pista?
- Redobre a atenção ao trafegar por trechos sinalizados;
- Ao avistar animais na pista, reduza a velocidade, mas lembre-se de olhar pelo retrovisor para se certificar que nenhum veículo vem em alta velocidade;
- Jamais buzine, para não assustar os bichos;
- Não pisque os faróis ou jogue luz nos animais;
- Ao fazer uma ultrapassagem, passe por trás dos bichos;
- Após a ultrapassagem, sinalize para os motoristas que vêm em direção oposta sobre o perigo. Para isso, pisque os faróis.
*Com informações da EPTV Campinas
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