Um estudo da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) analisou 50 amostras de papinhas de bebê e identificou resquícios de 21 tipos de agrotóxicos em 68% dos exemplares. Apesar do resultado, a pesquisadora não vê motivos para alarde – veja abaixo.
A pesquisa foi feita na Espanha, com equipamentos de última geração, e o resultado foi publicado em dezembro em uma revista internacional. De acordo com a responsável pelo trabalho, Rafaela Prata, foram encontrados sinais de fungicidas, inseticidas e herbicidas em sopinhas e papinhas salgadas e doces.
“Apesar desse número bastante alto assustar um pouco, os agrotóxicos foram encontrados em baixíssimas concentrações”, detalhou a pesquisadora.
Ainda conforme Prata, o bom sinal é que as temidas aflatoxinas, que podem causar câncer, não foram encontradas em nenhuma amostra. Mas, como não há no Brasil uma legislação específica pra controlar esses contaminantes na alimentação infantil, ela precisou usar leis europeias pra concluir os resultados.
“Na Europa, essa legislação sobre a concentração de agrotóxicos existe desde 2006. Então, estamos um pouco atrasados”, comenta ainda Rafaela Prata.
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A LEGISLAÇÃO
De acordo com especialistas, embora falte uma legislação pra alimentação infantil, o mercado hoje é regrado por uma legislação geral, mas que precisa ser atualizada. A advogada especialista em agronegócio, Gabriela Rodrigues, entende que um maior controle pode ajudar a tirar as dúvidas dos pais.
“Existe uma legislação rígida sobre a quantidade de agrotóxicos em qualquer alimento. E existe uma portaria falando sobre a papinha, mas ela não regulamenta a quantidade de agrotóxicos. Ela diz que tem que ter a quantidade prevista na legislação pra cada alimento. As normas são seguras, mas o País ainda tem que se desenvolver. Atualmente, a população está respaldada”, diz.
É PARA SE PREOCUPAR?
Apesar de um resultado que causa preocupação, é importante entender que a alimentação dos pequenos vai além das papinhas e por isso é preciso estar atento pra tudo que é consumido. A opinião é da própria pesquisadora da Unicamp, Rafaela Prata, que defende que todo tipo de produto merece atenção.
“A gente tem que cuidar da alimentação das crianças, uma vez que é um grupo bastante vulnerável e sensível a qualquer ingestão de contaminantes”, explica.
E A ANVISA?
Procurada pela EPTV Campinas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não respondeu ao questionamento no prazo proposto. Assim que isso ocorrer, esse texto será atualizado pelo acidade on Campinas.
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