Uma nova estação de pesquisa desenvolvida pelo CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), em Campinas, promete aumentar a forma como o Brasil extrai petróleo das profundezas do pré-sal. A inovação, resultado da primeira fase de uma parceria com a Petrobras, utiliza o superlaboratório Sirius — o maior acelerador de partículas da América Latina — para mapear e simular, em alta definição, a estrutura das rochas localizadas a até oito mil metros abaixo do fundo do mar.
Com a tecnologia, será possível entender melhor como retirar o máximo de óleo e gás dessas formações geológicas, com menos impacto e mais eficiência.
Como funciona a tecnologia?
A estação de pesquisa conta com a linha de luz Mogno, uma das estruturas do Sirius, que permite realizar uma tomografia das rochas semelhantes às usadas na medicina.
“A gente tem um detector que coleta essa imagem. É muito parecido com uma tomografia médica mesmo. Então, essa rocha rotaciona e a gente coleta o que a gente chama de projeção e os médicos chamam de radiografia. Aí tem um processo matemático que transforma essas imagens de 2D para uma única imagem em 3D”,
explica a pesquisadora do CNPEM, Nathaly Lopes Archilha.
A tomografia revela os detalhes internos das rochas, permitindo a criação de modelos digitais. A partir deles, os cientistas simulam formas mais eficazes de extração de petróleo, sem comprometer a integridade das formações e reduzindo o impacto ambiental.
Antes da implantação da nova tecnologia, as análises eram feitas com amostras muito pequenas, de apenas 2 milímetros — o que limitava a fidelidade dos resultados. Com a estação atual, é possível trabalhar com amostras de até 38 milímetros, padrão industrial, o que representa um avanço significativo para os estudos de reservatórios.
A estação é capaz de processar até 88 amostras simultaneamente. Os primeiros testes foram realizados em novembro de 2024, com materiais provenientes de diferentes poços do pré-sal.
Ganhos em produção e sustentabilidade

A expectativa é que o detalhamento das estruturas das rochas possibilite a criação de estratégias que maximizem a retirada de derivados de petróleo e gás, sem destruir as formações. Esse avanço também pode contribuir para a redução na emissão de gases poluentes.
Segundo Archilha, mesmo após a exploração de um poço, ainda há muito petróleo que permanece inacessível.
“Sempre vai ter um residual. E esse residual pode até ultrapassar 50%. Então tem estudos para tentar extrair o máximo possível, dado que o poço já está lá, a rocha está perfurada e tem toda uma estrutura por trás disso. Aumentar 1% da extração de um reservatório que pode ter quilômetros de extensão lateral é um ganho absurdo em termos de produção e financeiros para o Brasil“,
ressalta a pesquisadora.
Futuro da estação
O investimento para o desenvolvimento da estação foi de R$ 12 milhões. A ideia é que, futuramente, a estrutura esteja disponível também para outros pesquisadores que tenham interesse em estudos na área de óleo e gás.
*Com informações de Paulo Gonçalves/EPTV Campinas
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