A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (30), a Operação Vareio, contra uma organização criminosa especializada em crimes violentos de roubo de cargas e caminhões.
Em Campinas, os agentes cumpriram quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão temporária, expedidos pela 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.
De acordo com a investigação, os endereços alvos na cidade estão ligados a integrantes do grupo, apontados como responsáveis pelo apoio logístico aos crimes, incluindo locação de galpões para desmanche, guarda de veículos e movimentação financeira.
A PF afirma que os envolvidos em Campinas também atuavam na receptação e distribuição de peças de caminhões roubados, além de utilizarem empresas de fachada para lavar dinheiro.
Operação em cinco estados
Ao todo, foram cumpridos 35 mandados de prisão temporária e 49 de busca e apreensão em cidades de São Paulo, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais e Mato Grosso.
A ação mobilizou 220 policiais federais e 205 policiais militares rodoviários do estado de São Paulo. Além dos mandados, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 40 milhões ligados à organização criminosa e a suspensão das atividades de empresas que “comprovadamente negociaram peças de caminhões roubados ou auxiliaram na movimentação financeira da organização”.
Confira as cidades onde os mandados foram cumpridos:
| Cidade | MANDADOS DE BUSCA E APREENSÃO | MANDADOS DE PRISÃO TEMPORÁRIA |
| São Paulo | 7 | 7 |
| Barueri | 4 | 2 |
| Caieiras | 1 | 1 |
| Cotia | 1 | 1 |
| Itaquaquecetuba | 3 | 3 |
| Guarulhos | 1 | 1 |
| Jandira | 1 | 0 |
| Mogi das Cruzes | 1 | 1 |
| Osasco | 5 | 4 |
| São Caetano do Sul | 1 | 0 |
| Carapicuíba | 1 | 1 |
| Suzano | 1 | 1 |
| Atibaia | 1 | 1 |
| Campinas | 4 | 2 |
| José Bonifácio | 2 | 1 |
| Salto | 1 | 1 |
| Santa Cruz do Rio Pardo | 2 | 1 |
| São José dos Campos | 1 | 1 |
| Sorocaba | 0 | 1 |
| Balneário Piçarras (SC) | 1 | 1 |
| Belo Horizonte (MG) | 2 | 2 |
| Cariacica (ES) | 1 | 1 |
| Contagem (MG) | 2 | 0 |
| Rondonópolis (MT) | 3 | 1 |
| Viana (ES) | 2 | 0 |
| Total | 49 | 35 |
Como o grupo atuava
A investigação foi conduzida pelo grupo especializado da Delegacia de Polícia Federal em Campinas, em parceria com o (MP-SP Ministério Público do Estado de São Paulo). O grupo criminoso é apontado como responsável por pelo menos 50 crimes entre agosto de 2024 e junho de 2025.
Segundo a PF, os criminosos utilizavam bloqueadores de sinal de celular, GPS e Wi-Fi, permitindo desengatar carretas sem que houvesse alerta em centrais de monitoramento. Também locavam galpões para desmanche e transporte de peças com notas fiscais falsas.
Os roubos eram praticados de três formas:
- abordagem armada de veículos em movimento;
- falsas contratações de fretes por aplicativos;
- ataques violentos em locais de descanso de caminhoneiros.
“Entre os integrantes da organização há sócio administrador de empresa de rastreamento de veículos por satélite, o que permitia acesso privilegiado a informações sobre tecnologias como LoRa e LoJack”,
destacou a PF.
Lucro milionário
Após os roubos, os caminhões eram desmontados e as peças distribuídas para receptadores em diferentes estados, inclusive por meio de marketplaces.
A meta da quadrilha era roubar dois caminhões por semana, o que poderia render mais de R$ 1 milhão por mês.
A maioria dos investigados já tinha passagens pela polícia por roubo, receptação, formação de quadrilha, tráfico, ameaça, falsidade e estelionato. Eles devem responder por integrar organização criminosa armada, lavagem de dinheiro, roubo e receptação, com penas que podem ultrapassar 40 anos de prisão.
*Com informações de Júnia Vasconcelos/EPTV Campinas
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