A PF (Polícia Federal) cumpre nesta quinta-feira (28) um mandado de busca e apreensão em Campinas contra crimes financeiros. A ação faz parte da operação Dollaro Bucato II, que apura a movimentação irregular de R$ 230 milhões.
Além de Campinas, outros 11 mandados expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas são cumpridos em quatro cidades: São Paulo, Santo André e Itapira, e também Goiânia, em Goiás. Os alvos são oito pessoas físicas e quatro jurídicas.
A PF de Campinas não informou detalhes sobre os locais ou os investigados, mas informou que relaciona os crimes de operação de câmbio ilegal e evasão de divisas. Somadas, as penas previstas podem chegar a 10 anos de prisão.
Em Itapira, o alvo foi o escritório de uma indústria química e farmacêutica, que não teve as atividades afetadas. Imagens divulgadas pela mostram um dos agentes verificando documentos. Não há informações sobre todo o material apreendido.
A apuração começou em 2019 após cumprimento de mandados judiciais e a primeira etapa da operação aconteceu em setembro de 2021, quando cinco mandados foram cumpridos em Campinas, Indaiatuba e na capital paulista.
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O ESQUEMA
A investigação da Polícia Federal começou por meio das análises de documentos e dispositivos eletrônicos, que apontaram milhares de operações financeiras e demonstraram aos investigadores como eram articuladas as fraudes.
Segundo o comunicado do órgão enviado à imprensa, as operações eram “efetivadas por pessoas físicas e jurídicas, direcionadas a remessas não autorizadas de capitais para o exterior, em especial para o continente asiático”.
O esquema envolvia movimentação de moeda no estrangeiro por meio do processo conhecido como “dólar-cabo”, além de câmbio de moeda em território nacional, “uso de empresas de fachada, operações de importações fictícias e direcionamento de capital para empresa que comercializa criptoativos”.
“Foram detectadas movimentações atípicas em diversas regiões do país, sendo que o montante transacionado pelas pessoas físicas e jurídicas superou R$ 1 bilhão de reais de reais em período de dois anos”, complementa a nota.
EMPRESAS DE FACHADA
Segundo a PF, os R$ 230 milhões identificados na apuração passaram por contas de pessoas jurídicas com indícios de serem “de fachada”, sem atividade operacional, e com capital social incompatível com os valores movimentados.
“Estima-se que o esquema tenha movimentado e remetido para o exterior valores provenientes de outras práticas criminosas, tais como pirâmides financeiras, descaminho, contrabando e tráfico de drogas”, explica a PF.
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