Um assalto a uma casa em um condomínio fechado de alto padrão em Monte Mor faz a Polícia Civil investigar a possibilidade dos bandidos terem alugado um imóvel no mesmo local para facilitar a ação criminosa. O roubo aconteceu no último dia 25, quando a quadrilha rendeu e manteve os moradores reféns por cerca de cinco horas antes de fugirem com joias, computadores, roupas e outros itens. O prejuízo, segundo as vítimas, foi de cerca de R$ 200 mil (leia detalhes abaixo).
O caso é apurado em sigilo na delegacia da cidade, mas a reportagem da EPTV Campinas revelou que os policiais investigam uma pessoa que alugou uma residência no mesmo condomínio usando documentos de Minas Gerais. O suspeito não se mudou para o imóvel e por isso a polícia acredita que ele teria fechado o acordo com a intenção de ter o acesso facilitado ao condomínio.
O crime
A família que foi vítima dos bandidos conta que a quadrilha era formada por pelo menos cinco pessoas e que o assalto começou por volta de 17h da última sexta-feira, quando dois deles bateram na porta se passando por prestadores de serviços. “Estava em casa eu e minha irmã de 13 anos. E na hora que eu abri o motorista veio pra cima de mim com uma arma”, conta o jovem de 23 anos.
Os homens fizeram ameaças e agrediram o rapaz com chutes e socos depois que ele disse não saber da existência de um cofre. Durante o crime, mais quatro moradores e frequentadores da casa chegaram e foram rendidos e amarrados enquanto os ladrões retiravam os produtos e esvaziavam armários. A desconfiança, inclusive, é que os itens eram levados a alguma casa do condomínio, já que os criminosos entravam e saíam do local do crime.
“Levaram roupas, calçados, perfumes, eletrônicos, computadores, joias e bebidas importadas”, diz uma vítima, que estima um prejuízo de R$ 200 mil.
Reconhecimento facial
A quadrilha só deixou o local por volta de 22h, cerca de cinco horas depois de invadirem a casa. Na fuga, usaram dois carros e levaram dois reféns. No primeiro, contaram com o reconhecimento facial de uma das vítimas para conseguirem passar pelo portão. O segundo automóvel, porém, saiu sem dificuldades, o que indicaria que algum ocupante já estava cadastrado no sistema. Os reféns foram libertados longe do local e tiveram que voltar a pé.
Revolta e medo
A situação revolta uma das moradoras, principalmente porque os criminosos deixaram a casa diversas vezes para levar os objetos e produtos roubados. “Não ter um segurança, uma ronda, nada! O fácil acesso deles é que é muito revoltante. E a fácil saída, sabe? E as idas e vindas deles. É revoltante isso em um condomínio em que você paga por segurança”, alega a mulher em entrevista.
Mãe de três das vítimas do crime, a entrevistada também reclama da insegurança e do medo dos filhos a partir de agora. “Bens materiais, você trabalha e conquista. O problema é o psicológico dos meus filhos”, afirma. Um dos jovens confirma o temor. “Você fica refém né? Você não sabe quem tá te observando e se pode ter algum deles solto por aí te vendo”, desabafa ele.
O que diz associação
A associação responsável pelo condomínio admitiu através de uma nota que diante de tanto investimento feito pelo condomínio, causa estranheza como tudo aconteceu, mas alega que está colaborando com a polícia e solicitou atenção redobrada às empresas prestadoras do serviço de segurança do local.