*Matéria atualizada às 17h33 do dia 10 de março de 2023
A Polícia Civil confirmou a prisão de dois suspeitos do assalto que terminou com uma vítima baleada no pescoço, no Jardim São Pedro, em Campinas, na noite da última quarta-feira (8). A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) informou que os detidos são dois homens, de 20 e 23 anos, ambos com antecedentes criminais. Eles foram localizados no Jardim Samambaia.
A vítima, que tentava vender um aparelho celular pela internet, marcou com uma pessoa interessada em fazer a compra, sem saber que na verdade, era um ladrão. Ele foi socorrido ao Hospital Mário Gatti, está bem, mas continua com a bala alojada no pescoço (leia mais abaixo).
A arma usada durante o assalto foi apreendida. O homem responsável pelo disparo e mais um suspeito ainda não foram localizados. O celular usado pela dupla também foi achado, e a polícia já identificou quem são os outros dois participantes no roubo.
Os dois suspeitos detidos irão responder por roubo, porte ilegal de arma, resistência à prisão e coação. Ambos ficaram à disposição da Justiça.
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O CRIME
A vítima chegou ao local de carro e perguntou na portaria sobre o suposto morador, com quem teria combinado o encontro. No entanto, ele foi informado de que não havia ninguém com o nome informado.
Após falar na portaria é possível ver dois homens em uma moto que param atrás do veículo da vítima. O garupa desce, aborda o motorista pela porta do passageiro e anuncia o assalto. Nas imagens, é possível ver uma movimentação rápida entre os dois, quando o homem é baleado.
O bandido então pega o iPhone, e foge na moto com o comparsa. O crime aconteceu às 19h30 e a ação dos bandidos durou menos de um minuto.
“O garupa desceu com a moto em movimento, desceu da moto armado já e apontou a arma a 20, 30 centímetros de mim. Ele falou: ‘me dá o iPhone, perdeu’. Ele já sabia que era um iPhone. Como estava na minha mão, só levantei a mão e entreguei na mão dele.”
Após o assalto, é possível ver o motorista ainda sem muito controle da direção do carro. Segundo testemunhas, ele tentou procurar um pano para estancar o sangramento após ter sido baleado. Imagens mostram também a movimentação de moradores no local, e o atendimento à vítima feito pela Polícia Militar. Na sequência aparece o resgate do Corpo de Bombeiros.
“No momento em que entreguei, ele tomou e fez o disparo em seguida. Minha cabeça bateu no volante, o carro desceu um pouco, ainda consegui puxar o freio de mão, e ele efetuou outro disparo, só que minha cabeça estava baixo, e o disparo deve ter saído pela janela”, relatou.
PROJÉTIL ALOJADO
A vítima ficou com uma bala alojada no pescoço. Segundo os médicos, não é seguro realizar uma cirurgia para retirar o projétil. À EPTV Campinas ele explicou que faz venda on-line há cerca de um ano e meio, mas não costuma ir pessoalmente nas entregas. No entanto, como o ponto de encontro era um condomínio, ele decidiu ir.
“A gente já vende há um ano, um ano e meio e nunca faz esse tipo de entrega, a gente sempre faz a retirada no escritório. Só que, nesse momento especial, ele pediu ‘por favor’ porque era um condomínio, então, visando que era dentro de um condomínio, inclusive, a gente tinha pedido os documentos, e a pessoa do documento batia com a da foto do WhatsApp, então a gente não levantou suspeitas”, disse a vítima, sem se identificar.
INSEGURANÇA
Apesar de ter que ficar com o projétil no pescoço e de ter sobrevivido ao assalto, a vítima afirmou que o trauma e a insegurança permanecem após o susto.
“Sensação de desespero, falta de segurança, desespero total, porque a gente sai no dia a dia para trabalhar, batalhar, trazer o sustento para nossa casa, e, infelizmente, tem muitas pessoas que tiram a vida do outro por causa de nada, por causa de um simples celular. Para mim, tudo bem, celular foi roubado, ok, mas minha vida é mais importante”, finaliza.
INVESTIGAÇÃO
A motocicleta utilizada pelos assaltantes foi abandonada em uma rua próxima ao local do crime. O veículo, que era roubado, e o capacete, além do celular usado pela vítima para conversar com os falsos compradores, foram apreendidos. Já o aparelho que seria vendido, avaliado em R$ 6 mil, foi roubado na ação.
O caso foi registrado como roubo tentado, violência com lesão corporal grave e localização e apreensão de objeto no plantão do 1° DP (Distrito Policial) de Campinas.
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