A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Campinas vai ouvir na tarde desta quarta-feira (17) a mulher que teria xingado a vereadora Paolla Miguel (PT) de “preta lixo” durante uma sessão na Câmara no último dia 8. A Polícia Civil apura o crime de racismo.
Ela foi identificada por um vereador que falou à polícia no último dia 11. Segundo o delegado responsável pelo caso, José Glauco Pereira, a suspeita foi identificada porque estava sem máscara nas galerias do plenário quando ofendeu a vereadora.
Na última sexta (12), Paolla e outros quatro parlamentares prestaram depoimento sobre a injúria racial. Cada um foi ouvido por cerca de 40 minutos. Além de ouvir a vítima, testemunhas e a suspeita, a DIG também analisa o áudio e as imagens da reunião.
O CASO
Na sessão ordinária do último dia 8, a vereadora Paolla Miguel falava na tribuna justamente sobre o preconceito durante a discussão sobre a criação do Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra.
Enquanto ela discursava, manifestantes que protestavam durante a sessão da noite de segunda-feira contra o passaporte da vacina passaram a vaiar a fala dela e uma das integrantes do grupo gritou “preta lixo” contra Paolla.
Vários membros da Casa ouviram o ataque racista e denunciaram o caso na tribuna. O xingamento repercutiu entre o meio político e gerou reação também de diversos órgãos e entidades, como a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Dois dias depois, centenas de manifestantes de grupos sociais e partidos de esquerda protestaram em apoio à vereadora. O ato se concentrou do lado de fora, mas também aconteceu dentro da Câmara Municipal.