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CotidianoPrefeitura lacra clínica onde fotógrafa morta recebeu anestesia

Prefeitura lacra clínica onde fotógrafa morta recebeu anestesia

A Vigilância Sanitária de Cosmópolis lacrou a clínica Spazio Di Bellezza Estevam por falta de alvará de funcionamento

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A Vigilância Sanitária de Cosmópolis lacrou a clínica Spazio Di Bellezza Estevam por falta de alvará de funcionamento para realização de procedimentos estéticos. Foi nessa clínica que a fotógrafa e influencer digital Roberta Corrêa, de 44 anos, passou mal após receber uma anestesia antes de um procedimento estético. O caso aconteceu na última segunda-feira (9), e a fotografa morreu na sexta-feira (13) na Santa Casa de Misericórdia da cidade.


Segundo a Prefeitura, o imóvel onde a clínica está instalada possui cômodos desocupados, que são alugados para prestadores de serviço da área de beleza.

Em nota, a Administração Municipal informou que, em consulta, constatou-se a ausência de autorização e liberação sanitária para a realização dos procedimentos estéticos que vinham sendo realizados no local: “razão pela qual se ratifica a lacração até que sejam apurados e sanados as irregularidades constatadas”, informou a nota.


A morte da fotógrafa está sendo investigada pela Polícia Civil como homicídio culposo – quando não há intensão de matar.

O delegado que investiga o caso, Fernando Fincatti Periolo, afirmou que já tomou depoimento da irmã de Roberta, Adriano Rodrigues Corrêa, e pretende chamar a biomédica Vanuza Aguilar Takata – que faria o procedimento chamado de endolaser, que usa laser para reduzir gordura localizada – para prestar depoimento até amanhã (17). 

A biomédica confirma que a paciente passou mal logo no início da aplicação do anestésico, que teria sido realizado por outra profissional devidamente habilitada, mas destaca que o procedimento nem sequer havia começado.


A família da fotógrafa acusa a clínica de negligência. Eles afirmam que a esteticista demorou para chamar uma ambulância, prestar socorro e levar Roberta para um hospital. Segundo a biomédica, o socorro foi prestado imediatamente.

A causa do óbito foi registrada como “morte cerebral” após a equipe médica fazer um eletroencefalograma e não detectar nenhuma movimentação de sangue e nem atividade cerebral, segundo relato da família da fotógrafa.

Sindicância


O Conselho Regional de Biomedicina da 1ª Região informou, por meio de nota, que vai abrir uma sindicância para apurar supostos atos infracionais. Ainda segundo o órgão, não há registro de quaisquer irregularidades contra Vaneza cujo registro está regular.

O que diz a biomédica?

O advogado da biomédica, Douglas Oliveira, disse que o procedimento foi realizado por cerca de dois minutos, depois da aplicação do anestésico. Quando questionado sobre a contradição, pontuou que não sabe o que a cliente disse em outro momento, em que ela estaria abalada.

Ele ainda assegurou que a morte foi uma fatalidade e que a vítima assinou um documento atestando que não tinha nenhum problema de saúde.

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Quanto a isso, a prima de Roberta, Paola Eliza Lück de Paula, disse que o marido da fotógrafa teria sido questionado pela biomédica, no hospital, se a paciente teria alergia à anestesia. Paola pontua que o questionamento deveria ter sido feito antes e não depois do procedimento estético. 

Sobre isso, o advogado reiterou que o socorro foi prestado imediatamente e que a profissional se colocou à disposição para averiguações. Quando questionado a respeito do motivo da biomédica trabalhar em uma clínica que não tem alvará sanitário, disse que trata da parte criminal, e não administrativa do caso.

Alerta

O médico Fernando Amato Funeral, que é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), chama atenção para esse tipo de procedimento. “Procedimentos estéticos com uso de anestesia devem ser realizados em ambientes controlados e com especialistas qualificados para realizá-los, para que, em caso de possível intercorrência, seja possível prestar o atendimento necessário”, disse.

O corpo da fotógrafa será enterrado nesta segunda-feira (16) no Cemitério Municipal de Cosmópolis.

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Raquel Valli
Raquel Valli
Formada em jornalismo pela PUC-Campinas em 1999, tem experiência como repórter, redatora, editora-assistente, produtora, informante e assessora de imprensa. Trabalhou para EPTV, CBN, Correio Popular, Oficina do Estudante e Prefeitura de Campinas. Foi homenageada pela Câmara Municipal com o Diploma de Mérito Jornalístico “Bráulio Mendes Nogueira “pelos relevantes serviços prestados à cidade”. É coach pela SBC e apaixonada por animais. Atualmente, é repórter no a cidade on Campinas.
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