A Prefeitura de Campinas iniciou uma obra de pavimento na pista interna da Lagoa do Taquaral. Segundo a Administração, a obra, com custo estimado em R$ 1, 2 milhão, tem expectativa de prosseguir até o fim do segundo semestre.
O trecho de 2,3 mil metros, que era de terra, agora terá instalação de piso intertravado ecológico. O trabalho começou no início deste mês.
INTUITO
Segundo a secretaria de Serviços Públicos, a medida é necessária para evitar um novo assoreamento da lagoa.
O secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella, explica que é necessário usar esse pavimento ecológico para evitar que o saibro (material argiloso, com areia grossa e pedaços de pedra), que compõe a pista de terra, seja levado pela água da chuva para dentro da lagoa e cause o assoreamento.
“A questão ecológica é muito importante. Com a chuva, o material do solo é levado para a lagoa. Com o assoreamento, a vida aquática fica comprometida porque falta oxigênio na água. A instalação do piso ecológico vai evitar que isso aconteça e garantir a qualidade da água”, explicou.
Além do objetivo ambiental, a obra, segundo a pasta, vista também “garantir mais mobilidade e acessibilidade aos frequentadores do parque”, facilitando o acesso para quem usa de cadeira de rodas, carrinhos de bebês e similares.
DIVIDE OPINIÕES
“Se é uma questão ambiental, tudo bem, mas com o concreto perde um pouco a característica de parque. Pra quem corre também fica pior, porque com a terra o impacto é mais leve e é melhor para corrida”, opinou um dos frequentadores do parque, Igor da Silva.
Essa é a mesma opinião da advogada Priscila Cezare, que costuma correr com o marido no parque. “Eu acho muito ruim, não vejo graça. Acho que perde toda a parte natural, contato com a área verde, perde o objetivo do espaço, que é um parque né”, disse.
Já para o visitante Anderson Gonçalves, a obra traz mais comodidade para quem frequenta o parque com criança. “Fica bem mais fácil para o lazer, mais acessível para as crianças, fora que não sai com o tênis sujo de terra”, opinou.
A OBRA
Ao todo serão pavimentados 2,3 mil metros lineares da pista, com largura média de 5 metros, e área total de 12 mil metros quadrados. O custo estimado é de R$ 1, 2 milhão.
DESASSOREAMENTO
A lagoa do parque passou por desassoreamento em 2016. A obra, da Prefeitura em parceria com o governo do Estado, foi feita em nove meses. Foram retirados 63 mil metros cúbicos de sedimentos e transportados em 6 mil caminhões ao aterro Delta A.
A erosão provocada pela ocupação urbana do entorno, o aumento da movimentação de solo e as chuvas levaram material sólido para a lagoa, diminuindo a profundidade, que era de 15 metros, há mais de 30 anos, para entre um e oito metros, dependendo da parte da lagoa. Em alguns pontos, ficaram visíveis bancos de areia.
Em meados de 2017, um trecho de cerca de 500 metros, dos pedalinhos até a Caravela, recebeu o piso ecológico intertravado. Essa área foi escolhida para ser executada primeiramente porque é a parte mais inclinada e ocorria o assoreamento da lagoa com mais facilidade.