O programa de oxigenoterapia teve um aumento de 150% nas solicitações em Campinas por causa da pandemia. Os números foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde, responsável pelo programa. O projeto disponibiliza há mais de 20 anos equipamentos para pacientes respiratórios que já tiveram alta hospitalar e continuam com tratamento domiciliar.
O POD (Programa de Oxigenoterapia Domiciliar) atende atualmente 700 pacientes que precisam de suporte de oxigênio. Segundo a Saúde, antes o programa recebia em média 20 pedidos mensais de aparelhos, agora a média é de 50 ou mais, dependendo da demanda.
Segundo o médico e coordenador do serviço de atenção domiciliar, Bruno Andrade, ainda há o estoque de 180 equipamentos para pacientes, mas é preciso não aumentar a demanda para não haver desassistência.
“Se nos mantivermos o ritmo atual, conseguimos manter o atendimento. O que não pode ter, é uma explosão de casos, porque as empresas que fornecem também não estão tendo aparelho de sobra para fornecer. Por isso as medidas de isolamento são fundamentais”, disse.
Atualmente o programa tem ajudado a garantir alta para pacientes que não são considerados quadro grave, possibilitando leitos e diminuindo o fluxo de espera.
Até ontem (7), Campinas contava com 54 pacientes suspeitos ou confirmados com covid-19 na fila de espera que precisam de leitos de enfermaria ou UTI.
ALTA POR COVID
De acordo com a Saúde, eram atendidos em maioria antes da pandemia pacientes com diagnóstico de doenças como AVC (Acidente Vascular Cerebral), pneumonia e problemas neurológicos ou câncer, no entanto, a alta demanda agora vem de pacientes que foram contaminados com covid-19.
Segundo a Prefeitura, o aumento está relacionado ao fato que a doença afeta a respiração de pacientes, que mesmo com alta hospitalar continuam com dificuldade respiratória.
Segundo a Saúde, entre as 700 pessoas atendidas pelo POD atualmente, há casos de pacientes da rede pública e alguns casos da rede privada, em que o convênio não cobre o suporte.
COMO FUNCIONA
O suporte ocorre por meio de aparelhos que auxiliam pessoas com dificuldade de respirar. Ao todo, são quatro aparelhos que ajudam no processo: o concentrador de oxigênio, ventilar mecânico, além do Bipap e Cipap, compressores de ar.
Segundo a Prefeitura, durante o processo de alta é preparada uma transição da estrutura hospitalar para domicílio. Além disso, as equipes do POD vão até a residência chegar a rede elétrica, visto que falhas podem causar risco de morte aos pacientes.
AJUDA NA RECUPERAÇÃO
Os equipamentos são responsáveis pela recuperação da aposentada Mercedes Zambolini Tortelli, que se contaminou com covid-19 e ficou três meses internada na UTI. Quando melhorou, a preocupação era como respirar em casa.
Apesar da necessidade de aparelhos, a família conta que a assistência garante segurança, e melhorou a preocupação com o acompanhamento.
“A gente tá tendo visita de médicos semanais, que estão nos auxiliando muito na fisioterapia respiratória, muscular, desempenham papel muito importante”, disse a filha de Mercedes, Alessandra Tortelli Ribeiro.
A aposentada agradece os cuidados “Já consigo dar os primeiros passos e estou muito feliz com isso”, agradeceu.
*Com informações de EPTV*