A quadrilha que roubou 48 de armas do galpão de uma transportadora na madrugada desta terça-feira (27), em Campinas, fez um buraco no muro nos fundos do centro de logística para conseguir invadir o espaço da empresa. Segundo o Baep (Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar), foram os bandidos que fizeram a abertura na estrutura e a suspeita é que o crime tenha sido planejado.
“A gente localizou em um dos muros, um buraco realizado por onde eles entraram. Posterior também tinha um portão que eles arrombaram e adentraram na empresa. O buraco foi feito por eles, não tinha nessa estrutura de acordo com o relato da segurança do local, então eles realizaram no momento”, afirmou o tenente do Baep, Pedro Cruz.
De acordo com o policial, pelas análises do crime até agora, foi observado que os criminosos conheciam a empresa. Ele informou que os bandidos sabiam onde estavam os armamentos.
“O que a gente conseguiu observar é que os indivíduos tinham conhecimento do local, porque no local onde realizaram a abertura da estrutura já tinha um fácil acesso à empresa. É de frente ao portão. Somente tem acesso no local onde foi feita a abertura”, completou.
Segundo a Polícia Militar, nas filmagens realizadas no local foi possível ver três criminosos, mas a suspeita é que outros comparsas deram suporte na segurança durante o crime.
A AÇÃO
O crime aconteceu por volta de 0h30 desta terça-feira dentro de um condomínio empresarial na Estrada Municipal Joannine Caumo, no bairro Techno Park. Segundo trabalhadores da portaria, os criminosos, fortemente armados, invadiram o espaço comercial pelo muro que fica nos fundos do centro de logística.
Após a invasão, a quadrilha teve acesso ao galpão onde estava o armamento. Segundo o Baep, foram levadas 48 armas de fogo do tipo pistola, além de vários carregadores sobressalentes e diversas munições. De acordo com a polícia, o galpão do estabelecimento fica próximo ao fundo do espaço que abriga várias empresas de logística.
Imagens de câmera de segurança mostram parte da ação dos bandidos, que correm com bolsas pelo galpão da transportadora e mexem em caixas de mercadorias. Nenhum trabalhador ficou ferido durante o assalto.
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VEJA A AÇÃO DOS CRIMINOSOS:
Durante a madrugada, o condomínio foi cercado por policiais e equipes fizeram buscas pelos criminosos na região. Policiais localizaram no fundo da empresa 800 munições, 17 carregadores de pistola e três municiadores rápido.
Uma mochila e objetos usados pelos criminosos também foram encontrados, assim como duas caixas vazias de pistolas da marca Taurus. Os objetos foram apreendidos e até o momento nenhum suspeito foi localizado.
ESPECIALISTA APONTA POSSÍVEL FALHA
Para o advogado especialista em segurança pública, Antonio Carlos Bellini Junior, a empresa deve ter regulamentação com a Polícia Federal para o armazenamento das armas, e é preciso avaliar para ver se os protocolos de segurança foram cumpridos.
“Quando a gente pensa em alguém que vai armazenar, transportar esses produtos há posições mínimas de segurança, que são colocadas para essas empresas por parte do órgão regulamentador, no caso, a Polícia Federal. É preciso nessa situação à gente verificar efetivamente a autorização que foi dada para essa empresa e quais foram às regras mínimas que foram impostas para serem cumpridas”, avaliou o especialista.
“Pode ter havido falha na implantação dessas medidas de segurança, pode ter tido falha de fiscalização nisso, mas também pode ter havido uma ação que foi bem planejada por partes dos ladrões, e que mesmo que tenha havido cumprimento das determinações ainda assim o roubo teve êxito”, completou.
Apesar da chance de crime bem planejado, o especialista indica que pode ter tido falha em uma estrutura insuficiente para impedir o crime.
“O mínimo que se entende razoável numa situação como essa é que haja uma estrutura física que permita uma contenção dessas pessoas e uma estrutura de recursos humanos para que se consiga ter tanto uma vigilância eletrônica disso quanto uma vigilância operacional de pessoas preparadas para conter uma eventual invasão desse tipo”, finalizou.
O QUE DIZEM OS RESPONSÁVEIS
Procurada, a Polícia Federal informou que precisa levantar as informações sobre a autorização da empresa para o armazenamento das armas.
Em nota, a GLP, empresa proprietária do parque logístico informou que “está apurando o ocorrido e está à disposição e contribuindo com as autoridades para a investigação”. Já a Solística, empresa responsável pelo galpão roubado ainda não se pronunciou sobre o caso. Assim que fizer essa matéria será atualizada.