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CotidianoRegião de Campinas vai preparar médicos e apontar locais de risco da febre maculosa

Região de Campinas vai preparar médicos e apontar locais de risco da febre maculosa

Comitê foi proposto por Campinas e aceito pelos demais municípios; intenção é evitar e identificar rapidamente os contágios

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Carrapato-estrela é hospedeiro da doença (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

Os 20 municípios que formam a RMC (Região Metropolitana de Campinas) anunciaram nesta sexta-feira (16) que vão capacitar médicos e profissionais da saúde para facilitar o diagnóstico precoce da febre maculosa. A intenção do comitê criado pelas cidades é identificar o tratamento adequado para evitar casos graves de alertar a população sobre as áreas com risco de contágio.

A proposta foi feita pelo prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), após a morte de quatro pessoas que passaram pela Fazenda Santa Margarida, no distrito de Joaquim Egídio, área rural do município. O local foi fechado e tem a agenda anterior de eventos monitorada pelo Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde). Além disso, deve propor hoje um plano de contingência.

“Na reunião da Região Metropolitana de Campinas propus a criação de um comitê técnico entre as secretarias de Saúde das 20 cidades que compõem a RMC, em especial às Vigilâncias Epidemiológicas, para discutir ações conjuntas de enfrentamento à febre maculosa.”, disse na reunião o prefeito Dário Saadi.

Por conta da complexidade do trabalho, o esforço conjunto contará também com a participação da secretaria de Saúde do Estado. Além de Campinas, toda a região é considerada endêmica para a febre maculosa. Ou seja, tem a presença e as condições para a propagação da bactéria que causa a doença. A transmissão é feita pelo carrapato-estrela, que também utiliza mamíferos como hospedeiros.

PREOCUPAÇÃO COM CAPIVARAS

Em meio às confirmações de quatro mortes por febre maculosa e do surto da doença em Campinas, o médico veterinário do Dpbea (Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal) da cidade, Paulo Anselmo Nunes Felippe, descarta o abate de capivaras como solução para o problema e explica que o órgão planeja esterilizar os animais nos próximos meses. Os mamíferos são hospedeiros dos carrapatos transmissores da infecção.

“Mesmo que fosse possível retirar todas as capivaras do planeta, a gente correria o risco de ter ainda febre maculosa, porque existem algumas espécies de carrapatos em que o cão faz esse papel. Então a doença tá muito mais relacionada com o carrapato do que com a capivara. Toda vez que as capivaras foram retiradas de locais, as regiões foram recolonizadas”, afirma Nunes, detalhando também que a espécie tem grande capacidade reprodutiva.

Preocupado com o que chama de “estigma” contra os animais por conta da febre maculosa, o médico veterinário lembra que o mamífero é protegido por lei e não deve ser alvo de perseguição ou violência por parte da população. “Na verdade, os reservatórios da febre maculosa são os próprios carrapatos. Uma vez que o carrapato está contaminado, vai transmitir para os filhotes, e isso vai manter a febre maculosa dos carrapatos no ambiente”, complementa o especialista (LEIA MAIS AQUI).

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