A ação que implantou cones, balizadores e pinturas no solo em um trecho da Rua Delfino Cintra, no bairro Botafogo, em Campinas, recebeu críticas de pedestres e motoristas. A via recebeu mudanças significativas no trecho da Praça Luiz Signorelli com base no conceito de “urbanismo tático”, mas quem passa pela região reclama da falta de espaço que causa lentidão para os veículos.
A intervenção aconteceu em agosto, quando uma parte da rua movimentada recebeu bancos de concreto, vasos de plantas, além de faixas de pedestres coloridas e vagas rápidas de estacionamento. Na ocasião, a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas) justificou que as medidas permitem que a comunidade use o local para o lazer e descanso (confira abaixo).
PROBLEMAS E RECLAMAÇÕES
Na manhã desta terça-feira (6), porém, a reportagem da EPTV Campinas circulou pela via e encontrou vários balizadores amassados, ou parcialmente destruídos. Questionada sobre isso, a Emdec detalhou que 50 dispositivos deste tipo precisaram ser trocados em 40 dias no local. Não se sabe, porém, se os danos foram causados por colisões e acidentes de trânsito, ou por vandalismo.
O trecho costuma ser muito usado por pessoas que trafegam entre o Centro da cidade e o bairro Botafogo, já que o ponto que recebeu a intervenção fica justamente entre as avenidas Barão de Itapura e Andrade Neves. Como há muito fluxo de todos os tipos de veículos, principalmente nos horários de pico, os motoristas pedem que a via volte a ser alargada para melhorar o trânsito.
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EMDEC SE MANIFESTA
Questionada mais uma vez sobre o afunilamento da Rua Delfino Cintra, a Emdec alegou que o projeto é piloto e serve para melhorar os espaços para os pedestres e a acessibilidade, reduzindo a velocidade dos veículos e deixando o tráfego mais calmo. Além disso, reconheceu que as trocas de balizadores são frequentes, mas não informou sobre prazos para avaliações das medidas.
No final do mês passado, a empresa explicou também que as ações ampliam a segurança viária e criam espaços de convivência na região e fazem parte do Projeto Revivacidade. Além disso, as faixas de rolamento foram adequadas e 12 faixas de pedestres foram implantadas, além de baias de ônibus. Outras ruas próximas, como a Dona Anita Maier, e Marcelino Vélez foram incluídas.
Segundo o presidente da Emdec, Vinicius Riverete, a ideia é criar áreas de convivência e tentar ampliar a mobilidade. “As intervenções incentivam a mudança de comportamento de pedestres, ciclistas e motoristas”, explica.
URBANISMO TÁTICO
O projeto Revivacidade foi elaborado pela Emdec com o apoio de especialistas em segurança viária e mobilidade ativa da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global e do WRI Brasil e adota o conceito de traffic calming. As intervenções são iniciativas de impacto na segurança e incentivam a mudança de comportamento de pedestres, ciclistas e motoristas na área transformada.
De acordo com a Emdec, foi realizada uma pesquisa com a comunidade local para identificar quais eram os meios de deslocamento utilizados e a percepção em relação à segurança. A população apontou dificuldades, como a ausência de faixas de pedestres, excesso de velocidade e falta de vagas de estacionamento.
A Rua Delfino Cintra foi escolhida porque foram consideradas a velocidade alta e a existência de conflito entre pedestres e carros. Também foram identificados a recorrência de conversões irregulares e o desrespeito às sinalizações viárias.
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