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CampinasCotidianoSaúde mental afasta trabalhadores de Campinas por mais de 122 mil dias em um ano

Saúde mental afasta trabalhadores de Campinas por mais de 122 mil dias em um ano

Com aumento de 6% nos afastamentos por transtornos psíquicos em relação ao ano anterior, cidade reflete cenário global de crise na saúde mental no trabalho

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Trabalhadores e trabalhadoras de Campinas ficaram afastados por 122.239 dias ao longo de 2024 devido a transtornos de saúde mental. O número representa um aumento de 6% em comparação com 2023, quando foram registrados 115.309 dias perdidos de vida saudável e atividade produtiva.

Os dados são do Ministério Público do Trabalho e consideram os períodos de afastamento remunerado concedidos pela Previdência Social a quem tem vínculo formal de trabalho. Após perícia médica, o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pode conceder o auxílio-doença quando reconhece que o problema foi causado ou agravado pelas condições laborais.

Ansiedade, estresse e depressão lideram as causas

Nos dois últimos anos, as principais causas de afastamentos por problemas mentais em Campinas foram:

  • Ansiedade (35,8%)
  • Estresse (35%)
  • Depressão (21,7%)

Alguns setores se destacaram pelo maior número de trabalhadores afastados:

  • Bancário – 19,2% dos casos
  • Atendimento hospitalar – 8,82%
  • Comércio em mercados – 6,67%
  • Transporte aéreo de passageiros – 6,67%

O peso invisível no ambiente de trabalho

A história de uma trabalhadora da indústria, que preferiu não se identificar, mostra como a saúde mental pode ser minada no ambiente profissional. Após sofrer um acidente de trabalho, ela se sentiu pressionada a aumentar a produtividade, mesmo sem ter se recuperado totalmente.

Eu não consegui pegar o carro. Sentei, comecei a tremer e não consegui entrar dentro do carro pra ir trabalhar. Aí meu esposo viu a minha situação, marcou um psiquiatra e a gente foi”,

contou.

Desde então, ela foi diagnosticada com depressão grave, ansiedade, síndrome do pânico e burnout — uma síndrome de esgotamento profissional. Chegou a tomar 12 medicamentos diferentes e, embora tenha evoluído no tratamento, ainda não recuperou totalmente a saúde mental.

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Agora eu estou no terceiro psiquiatra. Faço terapia toda semana, tomo medicamentos para dormir e para ansiedade. Agora que estou conseguindo sair de casa para fazer atividade física, que é uma das coisas mais recomendadas”,

relata.

Campinas segue tendência global

Segundo a procuradora do trabalho Luana Duarte, os dados locais acompanham uma tendência mundial alarmante.

O crescimento indica a escalada desse problema local de Campinas que converge com a análise do cenário mundial. Estima-se que 15% da população economicamente ativa tenha sido afetada por problemas de saúde mental, com a perda global de 12 bilhões de dias de trabalho por ano”,

aponta.

Além de afetar o trabalhador diretamente, os afastamentos por transtornos mentais impactam a produtividade das empresas e causam perdas sociais e econômicas. Para muitos, a saída do mercado de trabalho também representa um duro golpe na autoestima.

Ambiente profissional pode agravar quadros de saúde mental

Apesar dos números, muitos empregadores ainda resistem em reconhecer a relação entre saúde mental e condições de trabalho.

Muitas vezes, o próprio empregador nega essa vinculação, mas o próprio INSS reconhece. Ele verifica, do ponto de vista epidemiológico, que esses agravos são muito recorrentes em determinadas atividades econômicas”,

afirma Luana Duarte.

Atividades com pressão constante, como metas mal definidas e atendimento direto ao público, são apontadas por especialistas como grandes gatilhos para transtornos mentais no ambiente de trabalho.

*Com informações de Victor Hugo Bittencourt/EPTV Campinas

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Laura Nardi
Laura Nardi
Repórter Web no ACidade ON Campinas. Graduada em Jornalismo pela PUC-Campinas, tem passagem pelos portais Tudo EP e Jornal de Valinhos. Adentrou no Grupo EP em 2023 e atua nos conteúdos digitais, enfaticamente com a parte textual.
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