Após o anúncio de que a GM (Guarda Municipal) de Campinas reforçaria a ronda escolar para evitar ataques e crimes nas unidades de ensino, a superintendente da corporação, Maria de Lourdes Soares, confirmou que as equipes do patrulhamento comum reforçaram o trabalho no município. De acordo com ela, mais viaturas e agentes passaram a circular pelos bairros.
“Nós já intensificamos o patrulhamento pelas escolas. Não só com a ronda escolar da Guarda Municipal, mas também com as nossas equipes de patrulhamento diário, que atendem outras ocorrências, e não só escolares. Essas também estão dedicadas a intensificar o patrulhamento nas escolas”, diz.
A intenção, segundo Soares, é aumentar o monitoramento de atitudes suspeitas e ampliar também a percepção de segurança perto das unidades de ensino. “Para que a população no entorno das escolas possa verificar que nós estamos atentos e patrulhando para identificar situações de suspeição”, finaliza ela.
TELEFONE EXCLUSIVO
Na semana passada, devido aos casos recentes no estado e em todo o Brasil, além de prometer a ampliação das rondas, a Prefeitura de Campinas detalhou que todas as unidades municipais e privadas passariam a contar com um número de telefone de acesso exclusivo e prioritário com a Guarda Municipal.
Segundo o prefeito, Dário Saadi (Republicanos), somente as escolas terão acesso ao número de telefone exclusivo da corporação. Na mesma ocasião, ele também anunciou que as câmeras de segurança das escolas seriam incluídas no sistema Monitora Campinas e que as redes sociais passariam a ser mais monitoradas.
GOVERNO DO ESTADO
Ontem (11), durante visita a Campinas, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), manifestou a intenção de contratar seguranças desarmados e psicólogos para as escolas estaduais. O objetivo, segundo ele, é coibir ataques e ameaças, já que os números de crimes e boatos aumentaram.
De acordo com Freitas, o objetivo é estruturar uma rede de amparo e monitoramento dentro de cada escola estadual. Além de professores que serão responsáveis por acompanhar o comportamento de alunos e avaliar o convívio entre os estudantes, profissionais de psicologia e vigilantes terceirizados também devem ser contratados pelo governo. Não há, porém, prazo para isso.
“Nós vamos ter professores que em parte do tempo vão dar aula e em outra parte vão observar o ambiente e detectar problema. E, além disso, uma equipe de psicólogos, com bons profissionais selecionados. A terceira coisa é a segurança. Nós vamos contratar equipes de segurança para criar vínculo. Serão seguranças desarmados que vão monitorar esses ambientes”, argumenta ele.
EM BRASÍLIA
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinou nesta terça o edital de chamamento público para ampliar o programa de segurança nas escolas. Ao todo, serão investidos R$ 150 milhões com recursos do FNSP (Fundo Nacional de Segurança Pública). As secretarias de segurança de estados e municípios poderão apresentar projetos em seis diferentes áreas temáticas.
O limite mínimo das propostas a serem apresentadas é de R$ 100 mil e máximo de R$ 1 milhão para órgãos municipais e de R$ 500 mil a R$ 3 milhões para os estados e o Distrito Federal. A íntegra do edital pode ser consultada neste link.
Os recursos poderão ser aplicados, por exemplo, na expansão das rondas escolares, realizadas pela Polícia Militar ou Guardas Municipais, cursos de capacitação para profissionais de segurança e cursos que contemplem o acolhimento, a escuta ativa e o encaminhamento para a rede de proteção.
DENÚNCIAS
Denúncias sobre ameaças de ataques podem ser feitas ao canal Escola Segura, criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com SaferNet Brasil. As informações enviadas ao canal serão mantidas sob sigilo e não há identificação do denunciante. Em caso de emergência, no entanto, a orientação é ligar para o 190 ou para a delegacia de polícia mais próxima.
