Três dias após o desastre aéreo em Vinhedo, que matou 62 pessoas, a Voepass (antiga Passaredo) assumiu, nesta segunda-feira (12), a área da queda do avião, no condomínio Residencial Recanto Florido, na região do Capela. Em coletiva, a Defesa Civil anunciou a liberação do local pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) para a companhia aérea começar a remover partes da aeronave e objetos pessoais das vítimas, para entregá-los às respectivas famílias.
O Cenipa encerrou hoje (12) de manhã os trabalhos referentes à investigação, em que motores e outros equipamentos importantes foram levados ainda ontem (11) para a capital. A perícia da Polícia Federal e da Polícia Civil também já foram concluídas.
A retirada dos corpos terminou no sábado (10), e ontem (11) especialistas da França e do Canadá vieram para atuar junto à perícia e às investigações. Todos os 62 corpos foram encaminhados para o IML (Instituto Médico Legal) Central, na capital paulista, em que 17 deles já foram identificados.
Qual será o trabalho da Voepass?
Junto com a seguradora, a Voepass assume a área da queda do avião em Vinhedo para realizar uma varredura dos pertences das vítimas. Segundo o diretor da Defesa Civil de Vinhedo, Maurício Baroni, muitos itens ficaram intactos na bagagem, mesmo após a aeronave cair. O intuito é devolver os objetos às respectivas famílias.
Depois disso, também será de responsabilidade da companhia aérea retirar partes da fuselagem do avião, que ainda estão no local do acidente no Residencial Recanto Florido. A expectativa é que os dois trabalhos sejam concluídos até esta quinta-feira (15).
O prazo depende de como correr o processo de recuperação dos pertences e remoção dos destroços. Se durante o trabalho for verificada a presença de algum material genético, a perícia precisará ser acionada novamente para ir até o local, o que estenderia a duração desta etapa.
O diretor da Defesa Civil também informou que, dependendo dos pertences que forem encontrados, os itens podem ser requisitados pela Polícia Civil para ajudar nas investigações sobre o acidente aéreo.
Casas atingidas
Maurício Baroni também falou sobre as casas atingidas pelo acidente. A aeronave não caiu em cima de nenhum imóvel, mas a Defesa Civil confirmou que algumas residências foram impactadas após a explosão.
“A gente só vai ter uma dimensão das casas afetadas quando estiver com a área totalmente liberada e a nossa secretaria de obras conseguir olhar todo o espaço. Inicialmente, nós catalogamos duas casas afetadas e uma casa parcialmente destruída”, explicou Maurício Baroni.
Durante a coletiva da Defesa Civil, também foi falado sobre a chance de contaminação do solo no local da queda da aeronave. O diretor informou que, primeiro, precisa ser feita toda a remoção dos pertences e destroços ainda presentes na área, para então ser feita uma avaliação em relação a essa possibilidade.
E a investigação do Cenipa?
O Cenipa já começou a extrair e transcrever os áudios e dados das caixas-pretas do ATR-72-500 da Voepass, que caiu em Vinhedo. A estimativa é que em um mês divulgue os primeiros resultados da investigação.
O gravador de voz da cabine do avião (Cockpit Voice Recorder) e o gravador de dados de voo (Flight Data Recorder) foram encaminhados ao Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo em Brasília na manhã do último sábado (10). Segundo o Cenipa, os trabalhos de extração dos dados vão seguir de forma ininterrupta.
O próximo passo será a análise dos dados extraídos, quando as equipes vão se debruçar sobre as atividades do voo, o “ambiente operacional e os fatores humanos”. O Cenipa ainda vai fazer um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas e infraestrutura do avião que caiu na última sexta-feira (9).
Como já divulgou o acidade on, os relatórios finais do Cenipa costumam levar em média dois anos e sete meses para serem divulgados.
Maior acidente aéreo em 17 anos
O avião da Voepass modelo ATR-72-500 com 62 pessoas a bordo, decolou de Cascavel (PR) às 11h56 da sexta-feira (12), e deveria pousar no aeroporto e Guarulhos às 13h50. Segundo a FAB (Força Aérea Brasileira), o voo seguia dentro da normalidade até as 13h20.
A partir de 13h21, a aeronave não respondeu às chamadas do controle de aproximação de São Paulo, não declarou emergência e nem reportou informar condições meteorológicas adversas. Exatamente neste horário, segundo a plataforma Flight Radar, o avião que voava a 5 mil metros de altitude fez uma curva brusca e, um minuto depois, às 13h22, a altitude caiu a 1.250 metros, quando houve a perda do contato com o radar.
Este é o acidente com o maior número de vítimas desde a queda da aeronave da TAM, em São Paulo, em 17 de junho de 2007, que vitimou 199 pessoas.
*Com informações de Bianca Rosa/EPTV Campinas
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