Um macho adulto de tamanduaí (Cyclopes didactylus), considerado o menor da espécie existente do grupo dos tamanduás, é o novo morador do Zooparque Itatiba, na região de Campinas. De acordo com o zoológico, o animal, batizado de Yoyo, chegou na segunda-feira (7) no local.
Ele foi para o zoólogico após ser resgatado e cuidado por profissionais do Instituto Tamanduá, no Piauí. O tamanduaí, de acordo com o Zooparque, é o único exemplar da espécie mantido sob cuidados humanos no mundo.
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RESGATE
Yoyo chegou em junho de 2021 já adulto na base do Instituto Tamanduá, no Piauí, após ter sido resgatado pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
O animal estava debilitado e provavelmente havia sido retirado da natureza, mas quem o retirou não imaginava que cuidar de um tamanduaí seria tão difícil. O manejo inadequado deixou o animal extremamente magro e com um quadro severo de hipovitaminose e desidratação.
Os profissionais do Instituto Tamanduá desenvolveram um manejo e uma dieta específica e hoje o animal encontra-se saudável e com o seu peso ideal, 285 gramas. Por ser o único da espécie em cativeiro no mundo, e por ter se habituado à presença humana, comportamento não ideal em uma situação de vida livre, ele está sendo encaminhado pelo Instituto para o Zooparque Itatiba.
“Manter tamanduaís sob cuidados humanos é de extrema importância, caso seja necessário realizar programas de reintrodução futuramente. Inclusive, ele irá iniciar um projeto de manutenção da população nordestina em cativeiro, população esta que teve uma grande perda do número de indivíduos, principalmente pela perda de habitat”, acrescenta Debora.
No zoológico de Itatiba, Yoyo ganhou um recinto na área de “Maternidade”, onde os visitantes poderão observar o animal e aprender um pouco sobre essa espécie tão peculiar e pouco conhecida.
O TAMANDUAÍ
A distribuição do tamanduaí, espécie estritamente arborícola, na natureza abrange as florestas tropicais em uma ampla área que inclui o sul do México, América Central (exceto El Salvador), e a América do Sul, desde o nível do mar até uma altitude de 1.500m.
A maioria das informações disponíveis sobre tamanduás refere-se ao tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla). Existe pouca informação científica sobre o gênero Tamandua (Tamandua tetradactyla e Tamandua mexicana) e não se sabe praticamente nada sobre o tamanduaí (Cyclopes didactylus). São animais difíceis de estudar, devido a seu hábito solitário, parcialmente noturno, e no caso de Tamandua e Cyclopes, arborícola.
Apesar de a espécie não estar globalmente ameaçada de extinção, são necessários mais estudos e pesquisas sobre a biologia e ecologia dos tamanduaís. “A manutenção, e futuramente reprodução ex situ, quando conduzida adequadamente, é uma importante ferramenta para a conservação das espécies e dos ambientes em que ocorrem”, afirma Debora Alcantara Ribeiro, coordenadora ambiental e educacional do Zooparque.
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