O Brasil registrou uma taxa de informalidade de 39,8% no mercado de trabalho no trimestre até julho de 2022. O país alcançou um recorde de 39,294 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no período, segundo os dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), apurada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Economia e Estatística). Em um trimestre, mais 560 mil pessoas passaram a atuar como trabalhadores informais. A geração de vagas no período totalizou 2,154 milhões, ou seja, foi puxada majoritariamente por ocupações formais.
“Hoje, quem está respondendo mais pelo crescimento da ocupação é a parcela formal, diferentemente de outras situações que a gente viu aqui no passado, que era a informalidade que respondia por cerca de 70% do crescimento (da ocupação)” , afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. “A informalidade respondeu por 26% do crescimento (da população ocupada no trimestre). Então, de fato, o preponderante foi a formalidade. Porque a gente teve crescimento do setor público, e o setor público agrega formalidade, e a gente teve crescimento na carteira (assinada no setor privado)”, completou.
Por outro lado, embora a informalidade não seja mais neste momento o motor da expansão da ocupação, o patamar recorde de informais no mercado de trabalho mostra um espaço ainda para a melhora da qualidade do emprego. A coordenadora do IBGE lembra que a carteira assinada no setor privado mostra expansão, totalizando 35,801 milhões de vagas no trimestre até julho, mas ainda está longe de alcançar o patamar mais elevado registrado em 2014, quando somava 37,594 milhões. “Embora tenha avançado, o emprego com carteira não se equiparou a recordes já mostrados nessa série”, disse Adriana Beringuy. “A gente tem algum espaço ainda para ser percorrido em termos de adição de carteira de trabalho para se bater o recorde que foi atingido lá atrás.”
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CARTEIRA ASSINADA
De acordo com o IBGE, o trimestre encerrado em julho de 2022 mostrou uma abertura de 555 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em abril. Na comparação com o mesmo trimestre de 2021, 3,250 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no setor privado. O total de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado foi de 35,801 milhões no trimestre até julho, enquanto as que atuavam sem carteira assinada alcançaram um recorde de 13,075 milhões, 601 mil a mais que no trimestre anterior. Em relação ao trimestre até julho de 2021, foram criadas 2,157 milhões de vagas sem carteira no setor privado.
O trabalho por conta própria ganhou a adesão de 326 mil pessoas em um trimestre, para um total de 25,873 milhões, patamar recorde na série comparável. O resultado significa 872 mil pessoas a mais atuando nessa condição em relação a um ano antes. O número de empregadores aumentou em 162 mil em um trimestre. Em relação a julho de 2021, o total de empregadores é 597 mil superior.
O País teve um aumento de 62 mil pessoas no trabalho doméstico em um trimestre, para um total de 5,832 milhões de pessoas. Esse contingente é 718 mil pessoas maior que no ano anterior. O setor público teve 545 mil ocupados a mais no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril. Na comparação com o trimestre até julho de 2021, foram abertas 589 mil vagas.
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