Em Campinas, mais de 316 mil pessoas fazem parte do CadÚnico (Cadastro Único), instrumento que permite que famílias de baixa renda tenham acesso a programas sociais. O número equivale a mais de 27% da população da Metrópole.
De acordo com dados atualizados pela Prefeitura até dezembro de 2024, são 137.198 famílias cadastradas no sistema. Entre os programas sociais, o Bolsa Família é o com maior número de beneficiários, com 154.996 – veja lista de programas sociais e número de beneficiários abaixo.
Quem pode se inscrever no CadÚnico?
O Cadastro Único é voltado para famílias com renda mensal de até meio salário-mínimo por pessoa.
Em dois anos, o número de pessoas cadastradas cresceu 7%, passando de 295.288 em 2022 para 316.580 em 2024. Já o número de famílias teve aumento de 8%, de 126.896 para 137.198.
Inscritos no CadÚnico e beneficiários de programas sociais em Campinas
Cadastro Único – dados registrados até dezembro de 2024
- Famílias Cadastradas em Campinas: 137.198
- Pessoas cadastradas: 316.580
Bolsa Família – dados registrados até dezembro de 2024
- Famílias que recebem o benefício: 59.539
- Pessoas: 154.996
BPC (Benefício de Prestação Continuada) – dados de novembro
- 24.918 beneficiários
- Pessoas com deficiência: 12.457
- Idosos: 12.461
Auxílio Gás – dados de novembro - 17.449 famílias receberam o benefício – 35.313 pessoas
Cartão Nutrir (Benefício Municipal): - 6.500 famílias recebem o benefício
Renda Campinas (Benefício Municipal) - 25.000 famílias recebem o benefício
Crescimento da vulnerabilidade social
Em 2022, o Observatório da PUC-Campinas fez um estudo que analisou o cenário de vulnerabilidade social em Campinas. De acordo com o professor Paulo Oliveira, o fator mais importante a ser observar é que o crescimento no número de pessoas que dependem de programas sociais na cidade foi maior que o crescimento populacional no mesmo período. Ele ressalta ainda que a pandemia teve um papel importante no aumento de famílias cadastradas.
“Até 2021 havia uma dinâmica um pouco mais linear de pessoas cadastradas. Em 2022, com a pandemia, foi registrada uma explosão desse número. Mas recentemente, a gente enxerga até uma tendência de queda no agregado Brasil, nesse período. E Campinas também teve uma queda de 2023 para 2024. De qualquer forma, comparando 2022 com 2024 percebemos um aumento dos cadastros”,
explica.
Obstáculos para famílias em vulnerabilidade
Segundo Oliveira, a dificuldade de inserção no mercado de trabalho formal é um dos principais desafios enfrentados pelas famílias inscritas no CadÚnico. Em média, essas pessoas conseguem trabalhar apenas de três a quatro meses por ano.
“No Observatório fizemos algumas pesquisas e observamos uma dificuldade muito grande dessas pessoas entrarem no mercado de trabalho formal e permanecer”,
ressalta.
Outro ponto crítico é a taxa de jovens que não estudam nem trabalham – os chamados “nem-nem” – que chega a 60% entre as famílias cadastradas.
Paulo ressalta que com as dificuldades estruturais impostas às famílias em situação de vulnerabilidade social, o cenário não deve mudar nos próximos anos, sem que haja uma mudança na maneira de ofertar assistência.
“O desafio está em transformar essa dependência da assistência em programas que possibilitem a emancipação dessas famílias através da reversão desse quadro de vulnerabilidade social”,
afirma.
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