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EconomiaPedidos de recuperação judicial crescem 74% e impactam consumidores; entenda

Pedidos de recuperação judicial crescem 74% e impactam consumidores; entenda

Empresas enfrentam crise financeira devido à inflação, juros altos e dólar valorizado; consumidores sofrem com demora nos processos

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O número de pedidos de recuperação judicial feitos por empresas em Campinas aumentou 74,1% em 2024, segundo levantamento da Serasa Experian. Foram 101 solicitações no ano passado, contra 58 em 2023. O crescimento na metrópole acompanha a tendência nacional, com 2.273 pedidos registrados no Brasil no último ano, o maior índice desde que a Serasa iniciou o levantamento.

O que é a recuperação judicial?

A recuperação judicial é um recurso usado por empresas que estão à beira da falência, mas ainda tentam reorganizar suas finanças para evitar o fechamento definitivo. Quando uma empresa entra nesse processo, seus credores e bancos são notificados, e um plano de pagamento das dívidas é elaborado, buscando manter as atividades e preservar empregos.

De acordo com Luiz Rabi, economista da Serasa Experian, fatores econômicos influenciaram diretamente no aumento dos pedidos.

“Ano passado nós tivemos uma inflação que de fato subiu muito, isso normalmente é custo para as empresas. Tivemos taxas de juros que começaram a subir por volta da metade do ano e ainda vão continuar subindo. E nós estamos falando de um dólar que também subiu”, explicou.

Para ele, muitas vezes, a recuperação judicial é a ‘última tábua de salvação’.

“Quando uma empresa chega nesse estágio de dificuldade financeira, ela já tentou renegociar com seus credores, alongar dívidas, pegar empréstimos para pagar empréstimos mais antigos. Ela está quase quebrando”

acrescentou.

Impacto no mercado e nos consumidores

O advogado Felipe Granito considera o número de pedidos de recuperação judicial alarmante.

“A recuperação judicial não é um procedimento pequeno, normalmente a empresa tem um passivo muito expressivo, com casos de dívidas que superam os milhões. O impacto é muito grande”

afirmou.

Além das empresas, consumidores e funcionários também são afetados.

“Basta que a empresa entre em crise e todos os funcionários vinculados vão ter perda da remuneração, sofrer demissões, ter salários não pagos. E quem mais sofre é o cidadão na última ponta, que compra produtos, contrata serviços, e precisa sobrevive”

explicou Granito.

Processo demorado

Um exemplo desse impacto é o caso do aposentado Carlos Nogueira, que comprou passagens para Portugal em 2022 pela empresa 123milhas. A viagem estava marcada para junho de 2024, mas foi cancelada quando a empresa entrou em recuperação judicial.

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“Até hoje é uma enrolação sobre como vai ser pago. O importante é ter nosso dinheiro de volta”, reclama. Carlos ainda não recebeu os R$ 2 mil que gastou e se revolta com a demora: “Eu me sinto um trouxa”.

O advogado alerta que o processo de recuperação judicial pode levar anos.

“Uma recuperação judicial demora muito para ser finalizada, o credor vai demorar muito para receber, e a empresa está em crise”

disse Granito.

O que diz a 123milhas?

A 123milhas não comentou sobre o caso de Carlos, mas afirmou, em nota, que a recuperação judicial permitirá chegar mais rápido a soluções com credores e clientes. A empresa também disse que continua fornecendo informações e esclarecimentos às autoridades sempre que solicitado.

*Com informações de Évelin Costa/EPTV Campinas

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Laura Nardi
Laura Nardi
Repórter Web no ACidade ON Campinas. Graduada em Jornalismo pela PUC-Campinas, tem passagem pelos portais Tudo EP e Jornal de Valinhos. Adentrou no Grupo EP em 2023 e atua nos conteúdos digitais, enfaticamente com a parte textual.
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