Nem todo mundo sabe, mas tem beisebol sendo jogado em Campinas e região — e com muito talento envolvido. Duas atletas que treinam na cidade foram convocadas para integrar a primeira Seleção Brasileira Feminina Infantil de Beisebol da história do Brasil.
Sofia Mie Kawano, de 11 anos, moradora de Campinas, e Valentina Mayumi Couto Kudo, de 12 anos, de Sumaré, fazem parte da ACA Tozan, uma associação esportiva localizada no bairro Village, em Campinas, que ensina o esporte desde 1958. Agora, elas vão embarcar rumo ao Japão para representar o Brasil em uma competição internacional.
Primeira vez fora do Brasil — e já no Japão!
As duas meninas vão viver uma experiência intensa: será a primeira vez que elas saem do Brasil, e o destino não poderia ser mais marcante para quem ama beisebol — Tóquio, onde o esporte é um dos mais populares. Elas disputarão o 43º Boys Nankyu Baseball World Championship, que acontece entre 25 e 28 de julho, na região de Edogawa.
A competição é uma das mais tradicionais do beisebol juvenil no mundo. Até hoje, recebeu apenas equipes formadas majoritariamente por meninos. A participação da equipe brasileira feminina é inédita — tanto para o país quanto para o torneio.
“Estamos fazendo história”
A emoção das meninas ao saber da convocação foi grande. Sofia conta que quem deu a notícia foi o irmão mais velho, Diego, de 14 anos, que foi quem a inspirou a entrar no beisebol.
“Eu fiquei muito feliz em saber que eu passei na seleção. Foi meu irmão que me contou”,
disse.
Ela nunca viajou para fora do país. E sobre o que espera no Japão? “Eu quero conhecer vários lugares novos e fazer novos amigos.”
A pequena atleta começou a jogar com 7 anos, inspirada justamente pelo irmão. “A coisa que eu mais gostei no baseball foi de ter feito novos amigos“, fiz.
Sobre o que significa estar na equipe que marca esse momento inédito para o Brasil, ela respondeu com entusiasmo:
“É legal saber que estamos fazendo história como as primeiras meninas representando o Brasil em um Torneio de Beisebol, estou muito orgulhosa por estar representando o Brasil.”

Entre tacos, treinos e sonho dobrado
Valentina também vai embarcar para o Japão pela primeira vez. Quem atendeu o telefone e ouviu a convocação foi ela mesma.
“Minha tia tava ligando pra minha mãe, aí eu atendi e levei o celular até ela. Eu fiquei escutando as duas conversando. Aí teve uma hora que a minha tia foi e falou que eu fui convocada pra jogar na seleção.”
Começou a jogar beisebol aos 8 anos, influenciada pela família:
“O filho da minha tia joga beisebol, e meu pai e os outros dois irmãos dele também. Aí minha tia ficou falando pra mim, vê como é, vem treinar algum dia. Aí eu acabei indo e acabei gostando.”
Animada com a viagem, ela está ansiosa para jogar e também conhecer a Disney japonesa. “Eu estou ansiosa para jogar, para fazer várias amizades novas, para também passear e, principalmente, para ver a Disney, que eu nunca vi.”
Valentina também divide sua rotina entre o beisebol e a ginástica artística, e ainda pensa em seguir as duas modalidades no futuro.

Emoção que vem de casa
A família de Sofia, de Campinas, ficou orgulhosa com a convocação. O pai dela, Roberto, conta como foi a notícia.
“Mistura de alegria, orgulho e que fizemos escolhas certas nessa caminhada da Sofia, pois o Beisebol exige muito comprometimento do atleta e da família.”
Roberto também foi quem incentivou os filhos a praticarem esportes, e viu no beisebol algo especial.
“Sempre me preocupei que meus filhos praticassem esporte, e a modalidade que mais me agradou foi o Beisebol, pois tem disciplina, respeito, companheirismo, concentração, raciocínio, e o mais importante: minha família está sempre junta e meus filhos não ficam muito tempo no celular.”
Já Isabelle, mãe de Valentina, conta que foi o pai, Thomas, quem mais se emocionou. Ele jogou beisebol quando criança, dos 7 aos 13 anos, e vê na filha a realização de um sonho:
“Ficamos muito felizes por uma conquista dela, o pai ficou muito contente e empolgado. Na época que ele jogava não conseguiu atingir esse nível de convocação para a seleção brasileira de beisebol. Ele se sente realizando um sonho junto a ela.”
Da escolinha ao Mundial
O técnico Edson Takayoshi Catutani, da ACA Tozan, acompanhou de perto o desenvolvimento das duas atletas desde pequenas.
“A Valentina e a Sofia iniciaram a prática do Beisebol desde a categoria Tbol, a primeira categoria de base do beisebol, onde as crianças a partir dos 6 anos começam a ter contato com o esporte.”
Ele destaca que ambas treinaram com dedicação, com apoio das famílias, até chegarem à categoria infantil — quando surgiu essa oportunidade histórica.
“É um orgulho muito grande para nós da ACA Tozan ter duas representantes vestindo a camisa da seleção brasileira nesse momento histórico para o beisebol.”
Beisebol feminino ainda é raro no Brasil
Embora o softbol seja mais comum entre meninas no país, o beisebol feminino vem ganhando força nos últimos anos, principalmente em países como Estados Unidos e Japão.
“Normalmente as meninas praticam o softbol, que é uma outra modalidade, mas que tem regras similares ao beisebol. No mundo todo, principalmente nos Estados Unidos e Japão, a prática do beisebol feminino vem sendo cada vez mais incentivada, criando-se inclusive ligas profissionais da modalidade.”
A presença do Brasil com um time feminino nesse campeonato tradicionalmente masculino, inclusive no nome (“Boys Nankyu”), representa uma grande quebra de padrões.
Saiba como praticar beisebol em Campinas
A ACA Tozan é uma associação tradicional do beisebol nacional. Fundada em 1958, já revelou jogadores para a Seleção Brasileira e mantém até hoje os treinos abertos ao público.
Os treinos ocorrem aos sábados, das 14h às 18h, e aos domingos, das 9h às 12h, no bairro Village Campinas. Não é preciso pagar nada para começar: os materiais são emprestados e o clima é familiar.
“Basta comparecer com muita vontade, emprestamos os materiais para quem está iniciando e ensinamos os fundamentos deste esporte que é excelente para as crianças e para toda a família”,
explica Edson.
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