Com a chegada da Copa do Mundo, muitos brasileiros ficam com o coração dividido. Torcer pelo Brasil ou pela seleção do país que deu origem à sua família? Filhos e netos de estrangeiros que imigraram para o país tropical torcem para as duas equipes e contam que só escolhem uma se os dois lados se enfrentarem.
É o caso do chef confeiteiro e empresário Frank Gerritsen. Ele é filho de imigrante holandês que se instalou justamente em Holambra, na região de Campinas. Ele acompanhava os jogos da “laranja mecânica” na infância, com o pai, e sempre ficou com o coração dividido. “Eu falo que é 50 a 50, mas na verdade é uns 60% para o Brasil”, brinca Gerritsen.
LEIA MAIS
Guarani dispensa quatro jogadores que estavam com contrato no fim
Supertaça EPTV de Futsal: Indaiatuba e Louveira, da região de Campinas, disputam semi
Até a mulher dele foi conquistada pela Holanda. A brasileira e empresária Kelly Gerritsen torce para as duas seleções, mas se houver um confronto direto, ela não está decidida para quem vai sua torcida. “Eu vou torcer para quem jogar melhor. Da última vez, eu torci para a Holanda porque pro Brasil não dava”, relembra Kelly.
Ela se refere ao confronto na Copa de 2014, durante a disputa de terceiro lugar. O Brasil, que vinha da derrota de 7 a 1 pra Alemanha, não teve forças para enfrentar a Holanda e perdeu por 3 a 0. No Mundial anterior, em 2010, os holandeses já tinham levado a melhor e despachado a seleção canarinho ao vencer por 2 a 1 nas quartas de final.
Mas se voltarmos mais no tempo, temos dois confrontos em que os brasileiros venceram. Em 1994, o Brasil eliminou a Holanda nas quartas de final com um gol de falta, histórico, do lateral Branco, que desempatou a partida que estava em 2 a 2. O caminho estava aberto para o tetracampeonato.
Na Copa seguinte, em 1998, o confronto foi nas semifinais. Com o placar empatado, a partida foi para os pênaltis e foi a vez de Taffarel brilhar e garantir a seleção na final, quando perdeu para a França por 3 a 0.
BRASIL E ARGENTINA
E por falar em rivalidade histórica, uma das maiores entre seleções envolve Brasil e Argentina. Para o atendente Pablo Leon Loscalzo, não tem essa de brasileiro torcer contra os “hermanos”.
Filho de um argentino com uma brasilera, Pablo nasceu no Brasil, mas prefere torcer para a seleção do país de origem de seu pai. “Tenho sangue brasileiro e argentino. Torço pra Argentina, gosto da Argentina”, explica.
Ele vai, inclusive, acompanhar a Copa no país vizinho. Já sua mãe, a aposentada Josefina Dias Corrêa, torce para os argentinos se o Brasil já estiver eliminado, mas é categórica: “Se tiver jogando contra o Brasil, não tenho dúvidas! Torço pelo Brasil”.
Brasil e Argentina se enfretaram 4 vezes em Copas. As memórias mais marcantes são das vitórias argentinas em 1990 e 1974. Os argentinos são bicampeões mundiais, sendo que a última taça foi conquistada em 1986. Se tudo der certo para as duas seleções, elas se encontram na semifinal da Copa de 2022.
BRASIL E SUIÇA
Bisneto de suiços, o professor de inglês Estevam Ambiel torce para o Brasil, mas quer que a seleção suíça vá longe na Copa e alcance fases que nunca chegou, como as semifinais, por exemplo. Brasil e Suíça se enfrentaram na Copa da Rússia, em 2018, e o placar ficou em 1 a 1.
“Eu vi com os meus primos e foi uma torcida bem legal, que me marcou bastante”. No próximo dia 28, as duas seleções têm encontro marcado no Qatar.