Você já ouviu falar sore a goiabeira que chorou? Então, senta que lá vem história. Uma pequena capela na Avenida da Abolição, em Campinas, guarda muitas histórias.
Conhecida como Capela da Santa Cruz do Fundão, já foi Santa Cruz do Paraíso, Santa Cruz do Palheiro.
Em 1932, ela substituiu outra capelinha tosca que existia no local.
Essa primeira capela, ninguém sabe ao certo quando foi construída, mas desconfia-se que foi erguida décadas antes da Proclamação da República. Em 2025, completam-se 10 anos de sua última grande reforma e, coincidentemente, hoje, são executadas novas obras, dessa vez para fechar o acesso do simpático templo católico.
Tem-se, popularmente, que a primeira capela, construída a partir de um cruzeiro, indicava o local de enterramento de um homem negro escravizado, que se enforcou, após não suportar as agruras da escravidão.
Segundo entendimento popular, até hoje, sua campa se estabelece ao lado da capela. E é a partir de sua sepultura brotou a história da goiabeira que chora.
Dizem que, na ocasião de uma reforma nessa lápide, uma goiabeira atrapalhava os trabalhos dos empreiteiros. Um deles decidiu cortar um galho da árvore para acessar com mais facilidade o campo de trabalho no túmulo.
Ao proceder o corte, a goiabeira, ao invés de soltar seiva ou leite, acabou chorando lágrimas.
O pranto caiu na mão do trabalhador, onde existia uma ferida aberta há tempos. Na manhã seguinte, o homem mostrou a seus colegas a ferida fechada.
Nenhum deles entendeu, já que o ferimento aparentava aberto e infeccionado, no dia anterior.
Ele contou que a goiabeira, após ter um galho arrancado, chorou e que as lágrimas caíram em sua mão, fechando a grave ferida.
A fama das propriedades curativas das lágrimas da goiabeira, correram a região do Fundão, atraindo pessoas com todo tipo de problemas de saúde. Bastava uma casquinha do tronco ou uma folha da goiabeira que da árvore escorriam lágrimas, que por sua vez eram passadas em ferimentos ou ingeridas pelos devotos da goiabeira.
A fama da árvore santa só aumentava, até que uma quituteira teve a ideia de envasar as lágrimas da goiabeira para comercializá-las. Talvez percebendo a intenção pouco nobre da mulher, a goiabeira nunca mais chorou.
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Quem é Thiago de Souza?
Thiago de Souza é compositor, roteirista e humorista, fundador do grupo “Os Marcheiros” e idealizador do projeto “O que te Assombra?”. Ele também é o criador do programa de políticas públicas para preservação de patrimônio material e imaterial chamado “saudade e suas vozes” já implementado nas cidades de Campinas e Piracicaba. Tem mais histórias assombrosas no Tudo EP (clique aqui pra acessar).
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