“Vere Papa mortuus est”
O Papa está morto.
É o que disse o camerlengo do Vaticano, o cardeal irlandês Kevin Farrell, após chamar por três vezes o nome de batismo do Papa Francisco, Jorge Mario Bergoglio, argentino nascido em Buenos Aires no dia 17 de dezembro de 1936 e falecido em 21 de abril de 2025, no Vaticano, Estado independente situado na cidade de Roma.
Após a constatação da morte, o Anello Pescatorio, ou Anel do Pescador, é retirado do dedo do Papa e destruído com um martelo.
O anel é o símbolo da autoridade papal, e sua destruição representa o fim daquele pontificado.
O quarto do Papa é selado para preservar intacto o último instante de vida física do Santo Padre.
Esses são os primeiros passos da Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, que estabelece três momentos:
- Constatazione della morte (constatação da morte);
- Esposizione della salma (exposição do cadáver); e
- Celebrazione e preghiere (celebração e preces).
Antes da atualização do rito fúnebre, estabelecida pelo próprio Papa Francisco em 2024, na constatação da morte, o camerlengo tocava por três vezes a cabeça do pontífice com um martelo de prata.
Esse expediente foi abolido, assim como o translado do corpo do Papa para a Sala Clementina, no Palácio Apostólico — antiga residência oficial dos papas.
O camerlengo continua responsável pela constatação e anúncio da morte do Papa, e é ele quem fica encarregado da administração da Sé Vacante, até a escolha do novo Papa, no Conclave.
O corpo é encaminhado ao embalsamador que, após o término do processo de preservação, o veste conforme a liturgia.
Os despojos físicos do Papa serão levados à capela pessoal na Casa Santa Marta, para o início do velório.
Essa cerimônia é restrita às autoridades do Vaticano.
Antes, o corpo do Papa era colocado em três caixões: o menor de cipreste, o intermediário de chumbo e o terceiro de carvalho.
Agora, o corpo do Papa será acomodado em um único caixão de madeira simples, revestido de zinco.
Ele será levado diretamente à Basílica de São Pedro, onde ocorrerá o velório.
A exposição do corpo do Papa Francisco também será diferente.
Ele permanecerá dentro do caixão e não sobre um esquife elevado.
O Papa Francisco não será sepultado na “Gruta” do Vaticano, como a maioria dos papas.

O sepultamento deverá ocorrer entre quatro e seis dias após a constatação da morte.
Seus restos mortais serão sepultados na Basílica de Santa Maria Maior, também em Roma.
Missas serão celebradas por nove dias, e esse período de luto é chamado de Novendiales.
Minha experiência com o Papa
Tive o privilégio de ouvir o Papa Francisco na ocasião de um Angelus, no ano de 2019.
O sermão abordava a importância de recebermos com generosidade e afeto irmãos e irmãs refugiados.
Na oportunidade, ele mostrou que o exemplo é mais importante do que as palavras. Portanto, ao término do Angelus, foi recepcionar e almoçar com famílias sírias refugiadas.
O Papa Francisco faria falta ao mundo em qualquer circunstância, mas é inegável que, em um mundo conflagrado, onde a ganância e a guerra têm ditado o comportamento humano, a lacuna deixada pelo pontífice é ainda maior.
Seu exemplo preenche um pouco do imenso vazio que ele deixa.

Quem é Thiago de Souza?
Thiago de Souza é compositor, roteirista e humorista, fundador do grupo “Os Marcheiros” e idealizador do projeto “O que te Assombra?”. Ele também é o criador do programa de políticas públicas para preservação de patrimônio material e imaterial chamado “saudade e suas vozes” já implementado nas cidades de Campinas e Piracicaba. Tem mais histórias assombrosas no Tudo EP (clique aqui pra acessar).
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