Os candidatos à presidência da República, Jair Bolsonaro (PL) e o petista Luiz Inácio Lula da Silva, se encontraram neste domingo (16) no primeiro debate do segundo turno realizado pela TV Bandeirantes em parceria com a TV Cultura, o portal UOL e o jornal Folha de S. Paulo. Com um pouco mais de uma hora e meia de duração, separado em três blocos, os candidatos discutiram sobre orçamento secreto, gestão na pandemia, milícia, entre outros pontos.
Pandemia
Um ponto que foi discutido no debate foi em torno da condução da pandemia pelo governo federal. Lula acusou o atual presidente de atraso na compra de vacinas e citou a CPI, enquanto Bolsonaro defendeu sua gestão. O chefe do executivo também disse que se comoveu com cada morte do Brasil.
Lula lembrou o episódio em que o rival imitou pacientes com covid morrendo de falta de ar. “O senhor debochou, riu”, afirmou o petista, que também lembrou a vacinação contra o H1N1 em seu governo.
“A vacina não é para quem está contaminado, é para quem ainda não foi contaminado. A questão do tratamento precoce, tendo ou não comprovação cientifica, tirou-se a autonomia do médico. A história mostrará quem está com a razão”, defendeu Bolsonaro afirmando que foi contra o “protocolo Mandetta”.
Milícia
Os candidatos trocaram acusações sobre e envolvimento com tráfico de drogas e milícia. O embate começou após Bolsonaro questionar o petista sobre a não transferência de Marcola, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC), para um presídio de segurança máxima durante a gestão de Geraldo Alckmin (PSB), hoje candidato a vice de Lula, no Estado de São Paulo.
O ex-presidente respondeu dizendo que o adversário é “amigo dos milicianos” e lembra da ligação entre a família de Bolsonaro e Adriano da Nóbrega, chefe da milícia Escritório do Crime, morto em uma ação policial na Bahia em fevereiro de 2020.
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Supremo Tribunal Federal
Sendo o primeiro a responder sobre a questão da relação entre os Poderes, Lula disse que não é prudente um presidente da República ter um ministro da Suprema Corte que seja seu amigo e que está convencido que botar um amigo é um atraso, um retrocesso. Porém, o petista disse que a situação pode ser discutida se houver uma nova Constituinte.
Já Bolsonaro afirmou que a proposta em tramitação para mudar o número de ministros foi sugerida por Luiza Erundina, que foi do PT e hoje é do PSOL. O atual presidente revela que, no momento, o PT tem sete ministros, enquanto ele tem dois.
No início deste mês, tanto o presidente quanto seu vice, o senador eleito Hamilton Mourão, mencionaram a possibilidade de aumentar as vagas no STF, caso Bolsonaro seja reeleito. Em entrevista no dia 9 de outubro, o presidente afirmou que vai decidir isso “depois das eleições” e que deve desistir se o Supremo “baixar a temperatura”.
Orçamento Secreto
O candidato pelo Partido dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser questionado sobre como governar sem a “compra de apoio legislativo”, afirmou que é necessário “lidar com o Congresso que foi eleito”, representantes colocados lá pelo povo brasileiro, pontuou.
Lula também declarou que tentará combater o orçamento secreto com um orçamento participativo, em uma tentativa de “diminuir o sequestro” que os partidos de centro fizeram da peça, como classificou. O petista também disse que o Orçamento de 2023 já está pronto, mas ele ainda não sabe, caso eleito, se irá mudá-lo ou não.
Aliados
Depois do debate, Bolsonaro e Moro revelaram ter mais convergência do que divergências e que juntos tem um projeto para o Brasil. Deixando o estúdio acompanhados, ambos disseram a jornalistas que suas ideias tem mais convergências que divergências.
“Tivemos divergências, mas nossas convergências são muito maiores. Temos um projeto de Brasil”, afirmou Bolsonaro. De acordo com o chefe do Executivo, Moro poderia falar por ele sobre as declarações do rival Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no debate sobre corrupção. “Moro tem conhecimento profundo de como foi corrupção no Brasil”, declarou o candidato à reeleição.
Moro negou a intenção de integrar o Executivo novamente caso o atual presidente seja reeleito. O ex-juiz da Lava Jato deixou o cargo de ministro da Justiça de Bolsonaro acusando o presidente de interferência na Polícia Federal.
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