Por Natália Santos
Ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal), Marco Aurélio Mello fez elogios a seu substituto na Corte, o ex-advogado-geral da União André Mendonça. Para Marco Aurélio, a indicação do chefe do Executivo foi “perfeita”, independentemente do fato de ter atuado em defesa dos interesses do governo.
Mendonça foi o segundo nome indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao STF. Nesta sexta-feira (4), Bolsonaro apontou a possibilidade de nomear mais dois ministros à Corte como mais importante até do que a própria reeleição.
“A chegada [de André Mendonça] foi muito bem-vinda e a escolha, a meu ver, foi perfeita do Presidente da República, já que o André tem uma experiência enorme. Ele foi ministro da Justiça, atuou como advogado-geral da União e possui um cabedal de conhecimento satisfatório”, afirmou Marco Aurélio, referindo-se ao substituto “terrivelmente evangélico” escolhido pelo mandatário. “Eu disse que uma coisa foi ele como auxiliar do presidente da República, algo totalmente diverso será como juiz e ocupando uma das 11 cadeiras mais importantes do cenário nacional.” As declarações de Marco Aurélio, que se aposentou em julho do ano passado, foram dadas ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, nesta quinta-feira (3).
André Mendonça tomou posse como ministro do STF em dezembro de 2021, após obter 47 votos a favor e 32 contrários no Senado Federal.
Ao lado do ministro Kassio Nunes Marques, primeiro indicado por Bolsonaro, André foi classificado pelo presidente como uma espécie de “renovação” da Corte, com quem tem travado diversos embates em função de decisões relacionadas à pandemia e outros temas. “Foram aprovados dois nomes, duas pessoas que marcam renovação do Supremo. Todas as instituições devem ser renovadas. Não mando nos votos no Supremo, mas são dois ministros que representam, em tese, 20% daquilo que nós gostaríamos que fosse decidido e votado”, declarou o chefe do Executivo à época.
Nesta sexta-feira, Bolsonaro enfatizou novamente o seu desejo de indicar mais dois nomes para a Corte. “Mais importante do que a eleição para presidente são duas vagas para o Supremo ano que vem”, disse ele, durante encontro com apoiadores no Palácio da Alvorada.
Pela lei que determina a aposentadoria compulsória de magistrados aos 75 anos, mais dois ministros deixam a Corte no próximo governo: Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. Assim, Bolsonaro ou outro mandatário já conta com duas indicações.