Por Giordanna Neves
A imagem do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Planalto, atrai mais votos a Fernando Haddad (PT) do que a Márcio França (PSB), ambos pré-candidatos ao governo de São Paulo. O levantamento é do Instituto Guimarães, divulgado ao Broadcast Político.
Segundo a pesquisa, de cada dez eleitores que avaliam o ex-tucano positivamente, três votam em Haddad, dois em França e dois não sabem ou não responderam. Historicamente, o apoio de um político agrega até 50% de sua imagem positiva a um candidato.
PT e PSB, apesar de terem formado aliança nacional em torno da candidatura de Lula, rivalizam no Estado de São Paulo. A tendência, como já anunciado por França e Haddad, é de que as duas candidaturas sejam mantidas. Alckmin, que foi governador de São Paulo pelo PSDB e tem bom trânsito no interior, é aposta de ambos pré-candidatos para atrair eleitores no Estado governado há mais de 20 anos pelos tucanos.
Entretanto, no cenário de hoje, a imagem de Alckmin agrega mais votos a Haddad do que a França, seu correligionário. “O fato de Alckmin e França estarem na mesma legenda é irrelevante, porque ninguém sabe direito em qual partido o Alckmin está. Ele ainda é o ex-governador, muito associado ao PSDB e que agora está com Lula”, disse o cientista político Daniel Marinho ao Broadcast Político.
Marinho explica, no entanto, que, se Alckmin apoiar França explicitamente, a situação muda. “Esse apoio por meio da imagem de Alckmin foi para o Haddad por ele ser vice de Lula e por causa da grande repercussão na imprensa. Mas se ele disser publicamente que está com França, os eleitores que têm boa avaliação de sua imagem vão migrar o voto”, ponderou. “E alguns eleitores que têm boa avaliação da imagem de Alckmin, mas declaram não saber em quem votar ao governo paulista, aguardam posicionamento dele”, completou.
Em entrevista à Rádio Band News, França disse que sua candidatura representa a terceira via no Estado de São Paulo.
“Tem o candidato do (ex-governador João) Doria (PSDB), que é o (atual governador) Rodrigo Garcia (União Brasil), tem o candidato do Bolsonaro, que é o (ex-ministro) Tarcísio (de Freitas, Republicanos) e tem o do Lula, que é o (Fernando) Haddad (PT). Tenho ficado como um candidato sem apoio de presidente, claro que tenho o apoio do Alckmin, mas ele não é candidato a presidente”, afirmou aos jornalistas.