MÔNICA BERGAMO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) divulgou ofício afirmando que não há indícios de que frascos da vacina Coronavac estejam sendo fabricados com volume menor de doses.
A agência abriu investigação para apurar queixas de que o imunizante produzido pelo Instituto Butantan estavam sendo entregues em frascos contendo quantidades menores que as dez doses previstas.
Uma avaliação realizada pelo Cosems-SP (Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo) apontou que 44,4% dos frascos analisados renderam menos que as dez doses.
A Anvisa aponta que no início de março o Instituto Butantan fez uma alteração no volume de enchimento do frasco para 5,7 mL, com uma tolerância de mais ou menos 0,2 mL, representando uma faixa de 5,5 a 5,9 mL.
“Os lotes fabricados a partir desta data apresentam-se visualmente com volume inferior aos lotes fabricados anteriormente”, aponta a agência. “Tal alteração foi prontamente notada pelos profissionais de saúde, que observaram a redução visual no volume do frasco. Contudo, tal redução não necessariamente representa um desvio no produto.”
Ainda segundo o órgão regulador da saúde, além das diferenças visuais de volume, profissionais detectaram “que muitas vezes não era possível extrair dez doses dos frascos”.
INSPEÇÃO EM ABRIL
A agência então realizou inspeção na sede do Butantan, em abril na qual não foram encontradas irregularidades. “Com base no resultado da inspeção investigava concluiu-se que falhas no processo de envase não parecem ser a causa do volume inferior reportado nas queixas técnicas”, diz o relatório da Anvisa.
O Butantan sugeriu que a causa do volume inferior poderia ser resultado de um somatório de fatores, como o uso de seringas com volume acima de 1 mL e técnica de aplicação inadequada.
“Diante dos fatos apresentados, conclui-se que não há indícios que corroborem para a hipótese de que o IB [Instituto Butantan] esteja fabricando a vacina Coronavac com volume inferior ao preconizado. Portanto tal hipótese foi descartada e as investigações referente ao produto foram concluídas”, conclui a Anvisa.