Por Matheus de Souza
Com o modelo de cartão de vacinação contra a covid-19 que será destinado ao público infantil pronto e já sendo impresso, nesta terça-feira (28) o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), reforçou que o plano do Estado é iniciar a vacinação da faixa etária o mais rápido possível. “Com ou sem aprovação do Ministério da Saúde”, pontuou.
Segundo o tucano, que desde o início da pandemia trava batalhas com o governo federal e com o Ministério da Saúde quando o assunto é vacina, a questão não é de “formalização”, mas de proteção à população.
Mesmo sem o sinal verde do Ministério, Doria diz confiar que o governo paulista terá as vacinas para iniciar a imunização das crianças logo no início de janeiro.
“São Paulo vai fazer todos os esforços possíveis para aquisição da vacina para as crianças”, declarou o governador.
Por enquanto, a vacina da Pfizer é a única que está autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a vacinação de crianças. Contudo, o governador afirmou estar “gestionado” um pedido de uso emergencial da Coronavac para o grupo.
A imunização das crianças tem sido o mais novo palco de disputa entre o governo e os Estados. O presidente da República, Jair Bolsonaro, que é contra a imunização da faixa, não esconde sua insatisfação com o tema.
Na segunda-feira (27) o presidente voltou a questionar a necessidade de se imunizar as crianças ao afirmar que as mortes por covid-19 não justificam a adoção de uma vacina contra a doença. Na sequência, Bolsonaro também informou que não vai imunizar sua filha Laura, de 11 anos.
A declaração do presidente contraria a posição de técnicos do próprio Ministério da Saúde. A Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, vinculada à pasta, elaborou uma nota técnica em que reforça a segurança da aplicação das vacinas em crianças.
Após abrir uma consulta pública para avaliar a vacinação infantil contra covid-19 no País, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse na semana passada que o governo federal vai vacinar crianças de 5 a 11 anos, mas deve requisitar prescrição médica e a assinatura de termo de consentimento pelos pais. As exigências não existem em outros grupos que já tiveram a vacinação autorizada.