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vacinasEspecialista explica os diferentes tipos de vacinas

Especialista explica os diferentes tipos de vacinas

Para entender melhor os imunizantes, a especialista listou e detalhou a função de cada um deles, confira abaixo

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Produção de vacina no Instituto Butantan. (Foto: Divulgação/Governo do Estado)

Há cerca de dois meses o país realiza a campanha de vacinação contra a covid-19, após um ano de estudo e espera do tal sonhado imunizante. No Brasil, dois deles foram aprovados e estão sendo aplicados: a vacina chinesa Coronavac e a Astrazeneca.

Segundo a bióloga com doutorado em genética humana e docente do Unimetrocamp Luciana Maria Hollanda, ambas as vacinas funcionam como uma reparação biológica, que fornece imunidade adquirida ativa para a doença.

A especialista ainda explica que, desde o descobrimento da vacina como forma de combate às doenças no mundo, foram desenvolvidos diferentes tipos de imunizantes, com o intuito de atender às necessidades específicas da população.

A maioria delas previne os efeitos de uma futura infecção ou mesmo podem atuar como terapia, como no caso do câncer. Para entender melhor os imunizantes, a especialista listou e detalhou a função de cada um deles.

Confira abaixo:

Vacinas vivas atenuadas – são similares à infecção natural e criam uma resposta imunológica forte e duradoura. A maioria é eficaz com uma ou duas doses e protege contra o patógeno (agente causador da doença) por longo tempo ou por toda a vida. Como possuem uma pequena quantidade do vírus enfraquecido, algumas pessoas com problemas no sistema imune, transplantadas ou com doenças crônicas devem passar por avaliação médica prévia. Exemplos: vacinas contra sarampo, caxumba e rubéola (vacina tríplice viral), rotavírus, varíola, varicela e febre amarela.

Vacinas inativadas – utilizam o organismo que causa a doença morto ou inativado, e possuem uma eficácia reduzida se comparadas às vacinas vivas atenuadas. São necessárias várias doses ao longo do tempo para promover a imunidade efetiva e contínua. Exemplos: vacinas contra hepatite A, gripe, pólio, raiva e SARS-CoV-2.

Vacinas de subunidade, recombinante, polissacarídeo e conjugado – estas utilizam partes específicas do patógeno para direcionar o sistema imune a reconhecer especificamente estas partes, desencadeando uma forte resposta imunológica. Podem ser utilizadas em quase todas as pessoas, inclusive aquelas com o sistema imunológico enfraquecido e doenças crônicas. Em alguns casos, são necessárias doses de reforço para obter a proteção contínua. Exemplos: vacinas contra doenças por Haemophilus influenza (tipo B), Hepatite B, HPV, doença pneumocócica, doença meningocócica.

Vacinas toxóides – utilizam a toxina (produto nocivo) produzida pelo patógeno, criando imunidade contra partes desse patógeno e direcionando o sistema imune a responder contra a toxina e não contra o causador da doença. Precisam de reforço para obter proteção contínua. Exemplos: vacinas contra difteria e tétano.

Vacina de DNA (vacinas de terceira geração) – são feitas de DNA recombinante que carregam uma parte do material genético do patógeno. Ao ser inserido na célula hospedeira, produzirá o antígeno a ser reconhecido pelo sistema imune, desencadeando uma resposta imunológica ativa. Estas vacinas ainda são investigadas para várias aplicações, incluindo terapia para o câncer, alergias, doenças autoimunes e doenças infecciosas. As principais vantagens são que não apresentam risco de infecção, possuem resposta imune, facilidade de desenvolvimento e de produção, são estáveis para armazenamento e transporte. Atualmente, não existem vacinas de DNA aprovadas para uso em humanos, mas algumas já foram aprovadas pelo FDA e pelo USDA para uso veterinário, incluindo uma vacina contra o vírus do Nilo Ocidental em cavalos e melanoma canino.

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Vacinas de RNA mensageiro (RNAm) considerada uma das tecnologias mais promissoras e pesquisadas já há décadas, este tipo de vacina é elaborado com partes da molécula do DNA genético do patógeno que, ao serem inseridas no corpo humano, fornecem ao organismo as instruções para produzir os anticorpos necessários para combater a doença, sem a inoculação direta do vírus vivo ou inativado.

Ganhou destaque devido à sua potencial segurança, uma vez que o RNAm não se integra ao material genético do hospedeiro, não causando mutação na célula. Possui potencial para fabricação rápida, barata e escalonável, mas apresenta ainda o desafio da armazenagem e transporte, pois precisam ser conservadas entre -20 e -80 Cº. Exemplos: vacina contra a SARS-CoV-2.

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Luciana Félix
Luciana Félixhttps://www.acidadeon.com/campinas/
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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