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vacinasInstituto abre cadastro para voluntários de Campinas para teste clínico da Covaxin

Instituto abre cadastro para voluntários de Campinas para teste clínico da Covaxin

Para participar, a pessoa não pode ter sido vacinada contra a covid, nem ter tido a doença e nem estar gestante; veja abaixo o que fazer

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Posto de vacinação contra a covid-19 em Campinas. (Foto: Divulgação/Prefeitura de Campinas)

O Ipecc (Instituto de Pesquisa Clínica de Campinas) abriu hoje (28) o cadastro para voluntários com idades entre 18 e 45 anos interessados em participar de estudo clínico da vacina Covaxin, contra a covid-19, em Campinas. 

O imunizante é fabricado pela empresa indiana Bharat Biotech. A pesquisa foi aprovada no Brasil pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) no último dia 13, e incluiu Campinas como uma das cidades que vão realizar o teste clínico. 

Para participar, a pessoa não pode ter sido vacinada contra a covid, nem ter tido a doença e nem estar gestante. Os interessados devem entrar em contato pelo WhatsApp (19) 99366-6290, que serão orientados sobre como fazer o cadastro.
 
Os testes estão previstos para começar a partir da segunda quinzena de junho e preveem aplicação de duas doses, com 28 dias de intervalo entre a primeira e a segunda aplicação.  
 
A eficácia contra a infecção assintomática por covid-19 foi de 70%, sugerindo diminuição da transmissão nas pessoas imunizadas com as duas doses da vacina.
 
VOLUNTÁRIOS 

Em todo o país, os testes devem envolver 4,5 mil voluntários, em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. No estado de São Paulo, além de Campinas os testes também ocorrem na cidade de São José do Rio Preto. Ao todo, o estudo clínico envolve aproximadamente 30 mil participantes no mundo. No Brasil, a coordenação é feita pelo Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. 

Vale lembrar que Campinas já recebeu estudos clínicos de outras duas vacinas, que vieram a ser aprovadas pela Anvisa em seguida: da Coronavac, testada em cerca de 1 mil voluntários pelo HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp, e a vacina da Janssen, testada em 417 pessoas, com estudos realizados no Hospital da PUC. 

COMO SERÁ FEITO
 
Assim como os demais estudos já feitos em Campinas, a pesquisa será randomizada e duplo-cega, controlada pela aplicação de placebo e multicêntrico para avaliar a eficácia, a segurança e a imunogenicidade do imunizante contra a covid-19. O estudo vai ser feito em adultos com idade igual ou superior a 18 anos.  

“O público-alvo no país é composto de voluntários a partir de 18 anos de idade, saudáveis ou mesmo com doenças crônicas estáveis, das mais diversas profissões e que ainda não foram vacinados para a Covid-19”, explicou Glaucia Vespa, pesquisadora do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein. 

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AUTORIZAÇÃO
 
Para a autorização, a Anvisa analisou os dados das etapas anteriores de desenvolvimento da vacina, incluindo estudos não clínicos in vitro e em animais, bem como dados clínicos da Fase 2 e 3, e dados preliminares do estudo de Fase 3, já em andamento na Índia. Os resultados obtidos até o momento indicam um perfil de segurança e eficácia satisfatório da vacina candidata.  

Em abril, a Bharat Biotech anunciou os dados da segunda análise interina da Covaxin, que indicou uma eficácia global de 78% contra casos leves a moderados de Covid-19 e de 100% contra casos graves.  

Ainda foi observada uma eficácia de 70% contra casos assintomáticos de Covid-19, sugerindo uma capacidade potencial desta vacina de reduzir a propagação comunitária do vírus por pessoas infectadas, mas que não apresentam sintomas, o que é extremamente importante para controle da pandemia e redução da sobrecarga do sistema de saúde e da mortalidade. Além disso, ela mostrou capacidade de neutralização contra a maioria das variantes.  

RESULTADOS
 
Os resultados fazem parte da segunda análise interina de eficácia divulgados com base na fase 3 de desenvolvimento da vacina, que está sendo testada em 25.800 voluntários na Índia. Foram registrados 127 casos de covid-19 sintomáticos entre os voluntários, resultando em uma estimativa pontual da eficácia da vacina de 78% contra a doença leve e moderada e de 100% em casos graves.  

“A eficácia contra o SARS-CoV-2 foi estabelecida. A Covaxin demonstrou um excelente histórico de segurança em testes clínicos em humanos e em uso em situações de emergência. A Covaxin é, agora, uma vacina inovadora global derivada de P&D na Índia”, disse o presidente e diretor administrativo da Bharat Biotech, Krishna Ella.  
 
Segundo a empresa, os protocolos para fabricação, teste e liberação de vacinas inativadas foram experimentados, testados e validados em várias vacinas da empresa. Estes também atendem aos requisitos da OMS (Organização Mundial da Saúde), bem como de órgãos indianos e de outras autoridades regulatórias.  

A Covaxin é usada no combate à SARS-CoV-2 em duas doses, a partir de vírus inativado, e desenvolvida pela Bharat Biotech em colaboração com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) e o Instituto Nacional de Virologia (NIV) e apoio da Fundação Bill & Melinda Gates. A vacina é apresentada em frascos multidoses e pode ser armazenada em temperaturas que variam de 2ºC a 8ºC.  

CERTIFICADO
 
No Brasil, a Covaxin ainda não conseguiu a certificação de boas práticas, emitido pela Anvisa. Entre os problemas apontados estão questões sanitárias, de controle de qualidade e de segurança na fabricação da vacina.  

A certificação é um dos requisitos para o registro de um medicamento ou uma vacina no Brasil. A negativa da agência reguladora afeta o cronograma de doses previstas pelo Ministério da Saúde, que assinou um acordo para compra de 20 milhões de doses da Covaxin em fevereiro.

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Luciana Félix
Luciana Félixhttps://www.acidadeon.com/campinas/
Supervisora de conteúdo digital do acidade on e do Tudo EP. Entrou no Grupo EP em 2017 como repórter do acidade on Campinas, onde também foi editora da praça. Antes atuou como repórter e editora do jornal Correio Popular e do site do Grupo RAC. Também atuou como repórter da Revista Veja, em São Paulo.
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