Os testes clínicos em humanos da vacina brasileira Butanvac devem começar já em abril, assim que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizar a realização da pesquisa, segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas.
De acordo com ele, se tudo correr conforme o esperado, a produção da vacina será iniciada em maio, logo após o fim da campanha de vacinação da gripe, quando a fábrica da Influenza estiver disponível.
Dimas acredita que se o cronograma se realizar dessa forma, ainda em 2021 os brasileiros poderão contar com mais 40 milhões de vacinas contra a covid-19.
“Ainda não estão sendo recrutados voluntários para o estudo clínico da Butanvac. A pesquisa sobre a nova vacina do Butantan contra covid-19 ainda não foi autorizada pela Anvisa e os estudos clínicos ainda não começaram”, esclareceu o instituto após boatos de que os estudos haviam começado.
Ainda segundo o Butantan, não há qualquer processo de inscrição aberto para participar do estudo. “Além disso, esse recrutamento, quando for autorizado, será feito pelos centros de pesquisa onde o estudo vai ser realizado, e não pelo Butantan”.
A BUTANVAC
De acordo com o Instituto, a Butanvac usa tecnologia de inoculação do vírus em ovos embrionados de galinhas. “Barata, segura e usual entre fabricantes de vacina no mundo todo”, destacou o instituto sobre a tecnologia.
“Isso é inédito. Não existe nenhuma vacina no mundo contra covid-19 que é produzida em ovo. Por que é importante produzir em ovo? Porque existem muitas fábricas que usam essa tecnologia para produção da vacina da gripe e, portanto, essa é uma saída em uma situação epidêmica”, afirmou Covas.
No dia da divulgação da vacina, o Governo do Estado de São Paulo informou que os resultados dos testes pré-clínicos realizados com animais se mostraram promissores, o que permite evoluir para estudos clínicos em humanos.
A expectativa é que a pesquisa clínica que comprovará a segurança e eficácia da Butanvac seja realizada em cerca de dois meses. “Não é o estudo de uma nova vacina da qual não se conhece nada. O estudo pode ser feito inclusive de forma comparativa com as demais vacinas que estão sendo usadas do ponto de vista da resposta imunológica”, explica Dimas.
A ButanVac não necessita de importação do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo), como no caso da Coronavac.