Ao elevar a Selic (a taxa básica de juros) em 1,00 ponto porcentual, de 11,75% para 12,75% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve avaliação de que seu balanço de riscos para a inflação continua com fatores em ambas as direções, mas pregou cautela na avaliação do cenário. “O Comitê avalia que a conjuntura particularmente incerta e volátil requer serenidade na avaliação dos riscos”, destacou o BC.
O colegiado mudou o formato de apresentação do balanço, colocando os riscos altistas de inflação em primeiro lugar, quando normalmente o comunicado abria esse parágrafo pelos riscos de baixa na inflação. O Copom deixou de mencionar que considera uma assimetria altista no balanço de riscos.
Entre os riscos de uma inflação maior que a projetada, o Copom destacou pela primeira vez “uma maior persistência das pressões inflacionárias globais”. O colegiado também passou a incluir de maneira mais direta nos riscos altistas a “incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do País”, embora tenha repetido que essa incerteza já estaria parcialmente incorporada nas expectativas de inflação e nos preços de ativos.
Já na outra ponta do balanço de riscos, o BC voltou a citar possível reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local. E, também pela primeira vez, apontou o risco de uma desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada.