O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deixou a porta aberta para continuar o ciclo de alta de juros na próxima reunião, em setembro, às vésperas da eleição. Nesta quarta-feira, 3, o Copom elevou a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, de 13,25% para 13,75%, voltando ao mesmo patamar de janeiro de 2017.
No comunicado, o BC afirmou que ‘avaliará a necessidade de um ajuste residual, de menor magnitude, em sua próxima reunião’. E assegurou que ‘seguirá vigilante’ e que vai buscar a convergência da inflação para as suas metas, o que inclui o ano de 2023 e, em menor grau, de 2024. Mas destacou que a incerteza elevada no Brasil e no mundo demandam ‘cautela adicional’.
‘O Copom enfatiza que seguirá vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas. Nota ainda que a incerteza da atual conjuntura, tanto doméstica quanto global, aliada ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional em sua atuação’, disse, no comunicado.
No documento, o BC voltou a mostrar preocupação com o risco de desancoragem de expectativas para os prazos mais longos, o que, na sua avaliação, demanda que ‘o que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista’.
‘O Copom considera que, diante de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas.’