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EconomiaBRF e Marfrig negociam fusão e podem criar a quarta maior empresa de carnes do mundo

BRF e Marfrig negociam fusão e podem criar a quarta maior empresa de carnes do mundo

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A BRF e a Marfrig informaram nesta quinta-feira (30) que estão negociando uma fusão das duas empresas para a criação de uma nova gigante do setor de carnes.
Se as conversas forem bem sucedidas, a companhia resultante ocuparia o quarto lugar no ranking global, atrás apenas da brasileira JBS, a americana Tyson e a chinesa Smithfield.
Cálculos preliminares indicam que a nova empresa -que ainda não tem nome- pode alcançar cerca de R$ 80 bilhões de receitas e um ebitda (medida de geração de caixa) de R$ 7 bilhões.
O negócio, que ainda não tem assessores financeiros contratados, vem sendo discutido diretamente por Marcos Molina, fundador do Marfrig, e Pedro Parente, presidente do conselho da BRF.
As duas empresas assinaram um memorando de entendimentos, o que significa que vão negociar com exclusividade por 90 dias, prorrogáveis por mais de 30 dias. Ao final do período, devem decidir se a fusão ocorrerá ou não.
Do ponto de vista operacional, BRF e Marfrig são bastante complementares. Enquanto a BRF é forte no mercado de frango e suíno e em alimentos processados, a Marfrig só atua em carne bovina. 
A empresa de Marcos Molina vinha desinvestindo do segmento desde junho de 2013, quando vendeu a Seara no Brasil para a JBS. Em agosto do ano passado, deixou o ramo totalmente, depois de passar a Keystone nos Estados Unidos para a Tyson.
Já a BRF, resultante da fusão de Sadia e Perdigão, nunca operou significativamente em bovinos. Anos atrás, a Sadia chegou a se arriscar no negócio, mas logo desistiu. Por conta disso, uma fusão entre BRF e Marfrig não deve enfrentar problemas nos órgãos de defesa da concorrência.
A futura gigante das carnes também teria uma presença global relevante. A Marfrig tem forte presença nos Estados Unidos, depois da compra de 51% da National Beef. Já a BRF está mais focada na América Latina e no Oriente Médio.
Se o negócio vingar, a receita da nova companhia estaria bem equilibrada: 35% da América Latina, 32% dos Estados Unidos, 13% da Ásia, 12% do Oriente Médio e 3% da Europa.  
Pessoas próximas ao negócio avaliam que a maior dificuldade será negociar um acordo de acionistas que acomode diversos interesses. Do lado da Marfrig, estarão Molina e o BNDES, segundo maior sócio da Marfrig com quase 34% de participação.
Do lado da BRF, os sócios mais relevantes são os fundos de pensão Petros, com 11,5%, Previ, com 10,7%, e vários outros com menos de 5%, como o fundo Tarpon, o empresário Abilio Diniz. Esses sócios viveram um longo conflito até que Pedro Parente, ex-Petrobras, assumiu a companhia.

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