SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O grupo Carrefour e a canadense Alimentation Couche-Tard encerraram negociações sobre uma eventual fusão, segundo a agência de notícias Bloomberg.
Nesta semana, o Carrefour francês informou que recebeu uma abordagem de fusão da operadora de lojas de conveniência canadense, despertando críticas do governo francês.
“Minha resposta é extremamente clara: não somos a favor do negócio”, disse Bruno Le Maire, ministro das Finanças francês, em entrevista à BFM TV na sexta-feira (15). “O não é educado, mas é um não claro e definitivo.”
Para prosseguir com o negócio, executivos do Couche-Tard teriam dito ao governo francês que planejavam investir bilhões de euros nos supermercados da França, manter todos os postos de trabalho por pelo menos dois anos e listar o novo grupo nas Bolsas de Valores do Canadá e da França.
Os argumentos não teriam sido o suficiente para mudar a posição do governo, que tem feito intervenções naa economia a fim de aliviar os problemas causados pelo coronavírus.
O Carrefour é um dos maiores empregadores da França, com cerca de 100 mil trabalhadores em seu mercado de origem.
De acordo com a proposta de fusão, o Couche-Tard tomaria o controle acionário do Carrefour por cerca de US$ 20 bilhões de euros (R$ 106 bilhões), gerando um grupo com valor de mercado acima de US$ 50 bilhões (R$ 265 bilhões).
Se realizada, a transação daria ao Couche-Tard uma presença maior na Europa e América Latina e diversificaria seus negócios ao adicionar supermercados de grande porte localizados em áreas suburbanas do Carrefour, bem como suas lojas urbanas de menor porte.
Analistas, porém, apontam que haveria pouca economia de custos a extrair da união, já que o Couche-Tard opera em um mercado de varejo muito diferente do mercado do Carrefour, e a sobreposição geográfica entre as duas empresas é limitada.
O Couche-Tard, que tem valor de mercado de US$ 37 bilhões, há muito tempo vem crescendo por meio de aquisições. Sediado em Montreal, ele tem uma rede de mais de 9,2 mil lojas de conveniência de diversas marcas na América do Norte, e emprega 109 mil pessoas.
O grupo tem uma presença menor na Europa, onde opera menos de três mil lojas. A companhia também opera postos de gasolina, muitos dos quais dividindo locais com suas lojas de conveniência.
Já o Carrefour controla a maior rede de supermercados da França, com mais de 2.000 supermercados e mais de 700 hipermercados de formato grande na Europa.
Alexandre Bompard, o presidente-executivo da companhia, vem promovendo cortes de custos nos últimos anos, o que lhe permitiu realizar investimentos significativos no desenvolvimento do comércio eletrônico, que floresceu durante a pandemia.
Antes do anúncio da possível união, o Carrefour tinha valor de mercado de 12,5 bilhões de euros e uma dívida líquida de 15,8 bilhões de euros.
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Carrefour encerra negociações de fusão com canadense, diz agência
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