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EconomiaCom apetite de gigantes, setor de corretoras registra explosão de aquisições

Com apetite de gigantes, setor de corretoras registra explosão de aquisições

Com apetite de gigantes, setor de corretoras registra explosão de aquisições

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Quem queria usar as corretoras para não ter seu dinheiro nas mãos de um grande grupo financeiro está tendo de rever os conceitos. Símbolos da fuga do domínio dos bancos tradicionais, as corretoras independentes atraíram investidores que buscavam uma gestão mais personalizada de seu dinheiro. No entanto, com a onda de fusões e aquisições que tomou recentemente esse mercado, a maioria das marcas hoje está concentrada nas mãos de gigantes como Itaú, Bradesco, XP e BTG.

Só neste primeiro mês de 2022, os exemplos de aquisições de marcas menores por gigantes já incluem a compra do controle da corretora digital Ideal pelo Itaú Unibanco, em um negócio de R$ 650 milhões; a incorporação do banco Modal pela XP, em uma troca de ações; e a compra de carteira de clientes da Planner pelo BTG Pactual. Na maioria dos casos, as operações são mantidas separadas – assim, quem tem algum tipo de rejeição às principais marcas, pode se contentar com outra operação do mesmo grupo.

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O aquecimento desse mercado não deve arrefecer nos próximos meses, pois há mais negociações na mesa, apurou o jornal O Estado de S. Paulo. O período de volatilidade da Bolsa, aliado à alta dos juros – que incentiva investimentos mais conservadores -, de forma geral enfraquece a operação das corretoras. E é justamente isso que abre o apetite dos grandes grupos para a compra de outras empresas a preços mais convidativos, segundo fontes do setor.

Essa queda dos preços se evidencia no caso do Modal. O banco, que abriu capital no ano passado, já tinha visto sua ação cair 50% quando a XP anunciou sua aquisição. No processo de venda privada, no entanto, o Modal acertou um prêmio de 35% em relação ao preço médio das ações da instituição financeira.

Segundo dados da B3, há hoje no Brasil 49 corretoras certificadas para atuar no mercado, mas o número não reflete o total de empresas independentes. Desses 49 negócios, pelo menos um terço pertence a grandes grupos – apenas o BTG e a XP já concentram sete marcas.

Ainda fora de grandes grupos estão as corretoras Genial, Ativa e Nova Futura, por exemplo. Há também a Guide, do grupo chinês Fosun, que anunciou na semana passada a incorporação da carteira de clientes da corretora digital gaúcha Sim;Paul. Além de muitas corretoras já pertencerem a grandes grupos, muitas ficaram pelo caminho nos últimos anos: na década de 2000, por exemplo, havia nada menos do que 80 empresas do gênero em operação.

Filme antigo

De certa forma, o movimento das corretoras repete a onda de enxugamento de marcas que se viu no mercado bancário brasileiro a partir dos anos 1990. E não é um movimento novo: tudo começou, na verdade, ainda em 2008, quando o Bradesco comprou a corretora Ágora – que, na época, tinha um domínio de mercado comparável ao da XP atualmente.

“O mercado bancário no Brasil já é bastante concentrado, e estamos vendo um movimento das grandes corretoras na mesma direção. XP, BTG e Nubank têm adquirido empresas menores, diversificado seus portfólios e isso pode provocar, no futuro, um mercado também muito concentrado entre as corretoras”, diz o professor da Escola de Economia da FGV Henrique Castro. “O problema disso seria, para o consumidor, uma perda de concorrência e aumento de preços.”

Entre as maiores corretoras do País em termos de ativos sob gestão, muitas mudaram de dono nos últimos dois anos. Além do Modal, figuravam entre as grandes a Easynvest, que foi para o Nubank e já foi rebatizada de Nu Invest; e a Toro, que teve uma fatia relevante vendida ao Santander.

Fora das gigantes, a Warren tenta subir no ranking com negócios como a compra da corretora Renascença; já a Avenue se movimentou ao incorporar a Coin.

Especialista em inovação no mercado financeiro e sócio da consultoria Spiralem, Bruno Diniz acredita que outras aquisições serão anunciadas em breve, mas com foco mais especializado, como a onda das criptomoedas. “Não tem como negligenciar outras vias de investimento. Se o cliente não achar na plataforma aquilo que quer, ele vai para a concorrência”, afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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