O presidente da distrital do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em Nova York, John Williams, evitou nesta sexta-feira descartar a possibilidade de o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) elevar a taxa básica de juros em 50 pontos-base em qualquer uma das próximas reuniões, incluindo a de maio, caso apropriado.
Questionado sobre a questão em evento do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) e do Banco Central de Reserva do Peru, Williams disse que analisará os dados econômicos no momento do encontro para decidir as dimensões dos ajustes nos juros. “Há consenso sobre a necessidade de aumentar a taxa ao longo deste ano e do próximo”, ressaltou.
Para ele, em meio às incertezas decorrentes da guerra na Ucrânia, o Fed precisa ser “ágil” para adaptar a política monetária, se julgar necessário. Dado que a inflação deve seguir acima de meta de 2% por algum tempo, o BC americano deve focar nas taxas reais de juros ao analisar as perspectivas, disse ele, que vota nas reuniões do FOMC.
O dirigente argumentou ainda que o Fed deve ser claro ao comunicar que tanto aumentos de juros quanto redução do balanço de ativos terão efeitos sobre as condições financeiras. Na visão dele, políticas com o balanço são “o novo normal”, e não mais emergenciais.
John Williams também explicou que uma combinação de dados econômicos mais fortes que o esperado com inflação persistentemente elevada deflagrou a guinada do BC americano em direção ao aperto monetário.
O dirigente disse que os gargalos na cadeia produtiva não registraram melhora no ritmo que se esperava. Segundo ele, o Fed passou a enfatizar mais a necessidade de ancorar a inflação em 2%.
Williams comentou ainda que a autoridade monetária elevou a transparência e comunicação nos últimos anos, o que mitiga os efeitos de suas ações em outros países.