O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Bruno Serra, disse nesta quarta-feira, 18, que ainda é cedo para falar de quando a autarquia pretende iniciar o ciclo de afrouxamento monetário do País. Serra participa na manhã desta quarta de evento organizado pela Câmara Espanhola e pelo escritório Pinheiro Neto Advogados, em São Paulo.
“Olhando para a frente, acho que a gente começa a ter uma cara um pouco mais positiva de inflação, mas pensar em distensionar a política monetária é uma etapa que está lá na frente”, disse Serra. “A gente precisa, primeiro, ver o efeito do que a gente fez.”
De acordo com o diretor do BC, a autarquia espera “estar chegando ao fim” do ciclo de aperto monetário, depois de sugerir, nas últimas comunicações, um “provável” aumento adicional de menos de 1,0 ponto porcentual da Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de junho. “É natural, cada vez mais, data-dependant“, pontuou, sobre a postura do BC.
Serra destacou ainda que a autarquia precisou elevar juros em ritmo “pouco usual”, de 0,75 ponto porcentual a até 1,5 ponto porcentual, ao longo deste ciclo de aperto.
Segundo o diretor do BC, o Copom não antevia efeitos dos juros mais altos no primeiro semestre deste ano, mas no segundo.
Ele destacou ainda que os choques inflacionários pressionaram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no ano passado – como a crise hídrica, que adicionou 1,5 ponto porcentual de surpresa.