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EconomiaGanhos com participações societárias puxam lucro recorde do BNDES em 2021

Ganhos com participações societárias puxam lucro recorde do BNDES em 2021

Ganhos com participações societárias puxam lucro recorde do BNDES em 2021

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou em 2021 o maior lucro da sua história, em grande parte impulsionado pelas suas participações societárias, que contribuíram fortemente com o total de R$ 34,1 bilhões obtidos no período, valor 65% acima do lucro de 2020. Ao todo, as participações acionárias contribuíram com R$ 30,1 bilhões do lucro, e as intermediações financeiras com R$ 19,9 bilhões.

Apesar do resultado, a tendência é zerar no longo prazo essas posições, afirmou o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, em coletiva na manhã desta sexta-feira, explicando que as participações societárias nada mais são do que capital especulativo, o que não deveria fazer parte do perfil do banco.

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“A posição que o banco carrega é especulativa porque a empresa já está listada em bolsa, já usou o dinheiro para investimento, por isso a presença do banco lá se torna meramente especulativa”, explicou citando empresas como Vale, Petrobras, JBS e Suzano.

O lucro líquido anual foi impactado ainda pelas alienações de ações de Vale, Klabin e JBS – que contribuíram com lucro líquido de R$ 6 bilhões, R$ 1 bilhão e R$ 1 bilhão, respectivamente – e receita com dividendos/JCP, acumulando R$ 7,3 bilhões (líquidos de tributos) – com destaque para Petrobras, Copel e Eletrobras.

Também contribuiu para o desempenho o resultado positivo de equivalência patrimonial, que totalizou R$ 4,3 bilhões no ano – basicamente de JBS -, a reversão de provisão para perdas em investimentos na Petrobras (efeito líquido de R$ 3,5 bilhões) e a venda de debêntures da Vale (R$ 2,1 bilhões).

O Banco fechou 2021 com 167 projetos em sua carteira, dos quais 19 já foram leiloados, o que totaliza investimentos previstos da ordem de R$ 383 bilhões, sendo R$ 109 bilhões referentes aos projetos já leiloados, informou o banco.

O resultado recorrente, que exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e provisões para risco de crédito, entre outros, foi de R$ 15,8 bilhões em 2021. O indicador apresentou aumento de 96,9% quando comparado a 2020 (R$ 8 bilhões), refletindo a maior receita com dividendos/JCP e o acréscimo no produto da intermediação financeira, o que demonstra a consistência também da carteira de crédito do banco.

“Se estamos aqui hoje apresentando maior lucro contábil, é porque o BNDES se tornou o primeiro estruturador de projetos do mundo, e nossa governança e transparência foi fundamental para isso acontecer”, afirmou Montezano, citando a classificação de maior estruturador de PPPs, concessões e privatizações em infraestrutura para concessão recebida no ano passado da provedora de dados Infralogic, desbancando o IFC (Banco Mundial), o Banco de Investimentos Europeu (EIB) e o Banco Europeu Para Reconstrução e Desenvolvimento (ERDB), entre outros.

Desembolso

Os desembolsos do banco no ano passado ficaram praticamente estáveis em relação a 2020 e somaram R$ 53,5 bilhões. De acordo com o banco, 53,5% das operações de crédito (considerando operações diretas e indiretas não automáticas) estavam ligadas a projetos que apoiavam a economia verde e o desenvolvimento social. No ano, os desembolsos para iniciativas dessa natureza totalizaram R$ 7,8 bilhões e R$ 10,0 bilhões, respectivamente.

“Na agenda ambiental, o Brasil tem oportunidade e obrigação de se posicionar como alguém que inova, que abre o mercado da economia verde e o papel do BNDES nisso é fundamental”, disse Montezano.

Ao todo, via BNDES, foi viabilizada a geração de 1.730 megawatts (MW) de energia eólica, o suficiente para atender 3,3 milhões de residências, e implementados 3.197 quilômetros de rede de distribuição de gás natural, além da construção de 2.142 cisternas em escolas públicas rurais.

A inadimplência por mais de 90 dias se manteve baixa, em 0,19%, posição em 31 de dezembro de 2021, inferior à inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,30% na mesma data).

O índice de renegociação atingiu 15,17% em 31 de dezembro de 2021, em função das negociações no âmbito do programa emergencial Standstill – Setor Elétrico, para usinas hidrelétricas acima de 50 MW de capacidade instalada, que alcançaram 6,34% da carteira bruta. Desconsiderando efeitos de Standstill – Setor Elétrico e Standstill Covid-19, o índice de renegociação ficou em 1,66%.

A carteira de participações societárias totalizou R$ 66,6 bilhões em 31 de dezembro de 2021. A posição representa um decréscimo de 14,5% em relação a 31 de dezembro de 2020, em função das alienações de ações ocorridas ao longo do ano (R$ 16,4 bilhões). A carteira de participações societárias (avaliação gerencial) a valor justo em 31 de dezembro de 2021 era de R$ 77,9 bilhões.

Tesouro

Em 31 de dezembro de 2021, o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o Tesouro Nacional representavam 51,9% e 18,6%, respectivamente, das fontes de recursos do banco.

O valor devido pelo BNDES ao Tesouro Nacional totalizou R$ 124,4 bilhões em 31 de dezembro de 2021, representando uma redução de 36,3% em relação à posição em 31 de dezembro de 2020. O decréscimo decorreu de liquidações antecipadas, no montante de R$ 63 bilhões, além de pagamentos ordinários de R$ 12,8 bilhões.

O FAT se manteve como principal credor do BNDES. Em 2021, ingressaram R$ 22,2 bilhões de recursos, sendo o saldo do fundo com o Banco de R$ 347,4 bilhões em 31 de dezembro de 2021.

O passivo com captações externas totalizou R$ 33,4 bilhões em 31 de dezembro de 2021, um decréscimo de 5,7% em relação ao saldo em 31 de dezembro de 2020, em função, principalmente, de amortizações contratuais.

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