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EconomiaGol mostra otimismo após perda bilionária, mas volta ao lucro deve demorar

Gol mostra otimismo após perda bilionária, mas volta ao lucro deve demorar

Gol mostra otimismo após perda bilionária, mas volta ao lucro deve demorar

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Depois de mais um prejuízo bilionário no terceiro trimestre, de R$ 2,5 bilhões, a Gol tentou demonstrar otimismo para o quarto trimestre, quando a demanda sazonalmente mais forte coincidirá com o ápice da vacinação contra a covid-19 no País. A companhia projeta de 600 a 700 voos diários para dezembro, ante média de 460 em novembro. Ainda assim, a aérea deve continuar a enfrentar desafios para reduzir o endividamento em um cenário de juros e custos mais altos.

O presidente da Gol, Paulo Kakinoff, reforçou que a companhia está retomando gradualmente os voos internacionais, com destaque para países como Uruguai, Argentina e México. Os Estados Unidos devem voltar ao portfólio da companhia no segundo trimestre de 2022.

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A decisão se deve, em parte, ao represamento de pedidos de vistos no Brasil e principalmente pela taxa de câmbio. “Pode ficar caro para os brasileiros viajarem para os Estados Unidos”, disse o executivo, em teleconferência de resultados. Enquanto isso, a aérea supre a demanda externa por meio da parceria com a American Airlines.

O analista da Mirae Asset Corretora, Pedro Galdi, aponta que a companhia tenta mostrar um viés positivo, com um maior número de voos e de uso de aeronaves. “Mas pesa a expectativa de que, apesar do crescimento dos voos domésticos, o segmento internacional vai demorar um bom tempo para voltar ao normal.”

DÍVIDAS

Além disso, analistas alertam para o endividamento elevado da Gol. Ao fim de setembro, a alavancagem da companhia, medida pela relação entre a dívida líquida ajustada e a geração de caixa, alcançou 9,7 vezes, piora significativa em relação ao indicador de 4,3 vezes em igual período de 2020.

De janeiro a setembro, as despesas da Gol somente com juros de empréstimos e financiamentos cresceram cerca de 20% sobre igual período de 2020, para R$ 1,37 bilhão. “O endividamento da companhia continua alto”, pontua Galdi.

Diante de um horizonte de custos de combustível e dólar ainda elevados, a Gol segue com desafios. Em relatório, o Citi avalia que a companhia enfrentará cenário adverso de preços de combustível e condições econômicas negativas.

O diretor vice-presidente financeiro da Gol, Richard Lark, minimizou os riscos macroeconômicos. “No Brasil, o cenário de risco fiscal é melhor do que nos EUA, por exemplo. Os fundamentos no País estão indo bem”, disse a analistas. “É claro que o câmbio afeta o combustível e os custos com aeronaves”, admitiu.

A companhia também está em um movimento de renovação da frota: um de seus objetivos é ampliar o uso dos aviões da linha MAX, da Boeing, considerados mais econômicos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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