O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá voltar a coordenar um financiamento sindicalizado para empresas do setor elétrico enfrentarem a elevação de custos causada pela estiagem deste ano, afirmou nesta quinta-feira o presidente da instituição de fomento, Gustavo Montezano. O assunto voltou ao radar no mês passado, após a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia (Abradee) anunciar que espera a criação da linha de crédito para o início de 2022, como forma de mitigar os efeitos da adoção de uma bandeira tarifária excepcional mais elevada, para enfrentar o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas.
“Se houver necessidade de financiamento para que o setor, para as distribuidoras ou geradoras, o banco pode voltar a atuar como coordenador de um sindicato de bancos”, afirmou Montezano, em participação durante evento online da consultoria especializada em análise de investimentos Empiricus.
Montezano não citou valores nem prazos. Na segunda-feira, 8, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, confirmou que existem negociações em torno de um novo financiamento.
Segundo Pepitone, a medida será anunciada entre o fim deste ano e o início de 2022. No mercado, estima-se um financiamento total de R$ 15 bilhões, mas o diretor-geral da Aneel tampouco falou em valores.
No financiamento coordenado pelo BNDES no ano passado, o valor total ficou pouco acima de R$ 16 bilhões. O crédito ficou conhecimento como Conta Covid, porque serviu para as distribuidoras de eletricidade enfrentarem desequilíbrios provocados pela pandemia.
Na fala durante o evento, Montezano frisou que ações do tipo são conjunturais. Para enfrentar de forma estrutural os problemas do setor elétrico nacional, que vem sendo afetado pela falta de chuvas há anos, o executivo ressaltou que o banco de fomento seguirá atuando como o principal financiador de investimentos em geração de energia renovável.