O Fundo Monetário Internacional (FMI) destaca o fato de que os países mais pobres enfrentam maiores riscos com a mudança climática e com isso precisam de ajuda internacional para se adaptar. O alerta está em texto publicado nesta quarta-feira, 23, no blog do FMI, assinado pela diretora-gerente, Kristalina Georgieva, por Vítor Gaspar, diretor do Departamento de Questões Fiscais, e por Ceyla Pazarbasioglu, diretora do Departamento de Estratégia, Política e Revisão do Fundo.
O FMI aponta que a adaptação às mudanças climáticas deve passar por garantir salvaguardas à agricultura, gerenciar o impacto da elevação dos mares e garantir infraestruturas mais resistentes a fenômenos do clima.
Segundo o Fundo, questões como uma melhor irrigação, acesso a melhores variedades de sementes, o fortalecimento dos sistemas de saúde e um maior acesso às finanças e às telecomunicações podem ter “resultados significativos”.
O organismo chama a atenção para o caso da África Subsaariana, que enfrenta um terço das secas do mundo e é “particularmente vulnerável a temperaturas em alta e ao clima extremo”, por ter uma agricultura dependente do regime de chuvas. O FMI estima que apenas uma seca na região já reduz o potencial de crescimento econômico do PIB local em 1 ponto porcentual.
O FMI ainda destaca o fato de que o custo da adaptação às mudanças climáticas varia bastante, a depender dos países. Algumas estimativas do custo geral apontam para cerca de 0,25% do PIB global ao ano nas próximas décadas para o mundo.
Para 50 países pobres na próxima década, porém, esse custo sobe a mais de 1% de seu PIB.
No caso de pequenas nações insulares, expostas a ciclones e ao aumento do nível dos mares, o custo pode bater em 20% do PIB.
Muitas vezes os que mais precisam são os que menos têm verba potencial para esses gastos, diz o FMI, ao argumentar pela importância dessa ajuda.