SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após as patinetes elétricas praticamente deixarem as ruas das cidades brasileiras, o empresário Eduardo Musa, que esteve próximo à moda das duas rodas nos últimos anos, volta a investir no setor.
A diferença é que, em vez de investir em equipamentos para serem compartilhados a partir de aplicativos, Musa e seus parceiros na nova empresa, a Davinci, estão investindo R$ 10 milhões para fabricar e vender patinetes aos consumidores finais.
Além de apontar altos custos operacionais, o empresário elenca a pandemia entre os fatores que levaram à debandada das empresas de patinete. “Ficou muito complicado oferecer itens compartilhados em um mundo em que se espera a sanitização de tudo”, afirma.
Musa diz que a produção acontecerá na Zona Franca de Manaus, com 65% dos componentes importados. A meta é chegar a produção de 100 mil unidades anuais daqui a cinco anos.
O produto chega ao mercado em setembro com custo de R$ 5.500 a R$ 7.000.
O empresário tem uma trajetória longa no setor da mobilidade. Em 2018 ele fundou a Yellow, de bicicletas compartilhadas, que depois passou a oferecer também patinetes após se unir com uma empresa mexicana e formar a Grow. Musa também foi sócio e presidente da fabricante de bicicletas Caloi, adquirida por ele no final dos anos 1990.
Em 2020, a Grow pediu recuperação judicial. Musa já não participava mais dos negócios. A Uber também encerrou seu compartilhamento de patinetes no Brasil, enquanto a americana Lime reduziu suas operações.
Como resultado desse processo, o empresário diz que surgiu um público que testou as patinetes nos últimos anos e gostaria de continuar usando esses equipamentos, mas tem dificuldade para comprá-los no Brasil.
Musa afirma que, com a pandemia e o avanço do trabalho de casa, espera que as pessoas concentrem mais deslocamentos para endereços a até 15 minutos de casa, o que favorece a busca por patinetes.
Uma das promessas dos equipamentos compartilhados era sua integração a outros meios de transporte. O usuário poderia, por exemplo, ir de casa até uma estação de metrô com uma patinete, descer perto do trabalho e usar outro equipamento no meio do caminho.
Apesar de a ideia não se aplicar no caso da patinete particular, Musa diz acreditar ser possível que o modelo seja um meio de transporte para maiores distâncias e integrada com outros modais, pois pode ser dobrada e carregada na mochila quando o usuário estiver no transporte público. O equipamento pesa cerca de dez quilos