O presidente do Banco da Finlândia e dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Olli Rehn, defendeu nesta quarta-feira, 18, que a autoridade monetária deve retirar juros do território negativo de forma “relativamente rápida” e continuar o gradual processo de aperto das condições.
Em seminário em Helsinki, Rehn ressaltou a necessidade de conter os riscos de que as expectativas de inflação na zona do euro fiquem desancoradas. “Não estou sozinho nesta opinião, uma vez que esta é também a indicação dada por muitos dos meus colegas do Conselho de Administração e do Conselho do BCE”, disse.
O dirigente destacou que o cenário inflacionário na região está cada vez mais “desafiador”, em meio à escalada dos preços de energia. Segundo ele, há incertezas sobre se o quadro atual provocará mudanças no comportamento das empresas e nos salários.
“A inflação de energia e os gargalos da cadeia de suprimentos por si só não levariam a uma aceleração sustentada da inflação, a menos que haja grandes efeitos secundários, levando a uma espiral de preços e salários”, pontuou.
Para ele, a inflação salarial na zona do euro tem sido moderada até o momento, mas houve “claros sinais” de aceleração no começo do ano. Por isso, diz ele, é importante não deixar que as expectativas inflacionárias saiam do controle. “Este é agora o fator mais crítico na determinação do curso da política monetária”, avaliou.