A exemplo de outras carreiras do funcionalismo federal que já estão em greve, os servidores da Controladoria-Geral da União (CGU) decidiram paralisar as atividades a partir da próxima quarta-feira, 6. Com 95% de apoio em assembleia, os funcionários do órgão decidiram entrar em operação-padrão já na sexta-feira, 1º de abril, prejudicando a entrega de relatórios de auditorias.
Os servidores da CGU pertencem à mesma carreira dos funcionários do Tesouro Nacional, que já tinham cruzado os braços nesta semana. De acordo com o Unacon Sindical, eles também pedem a abertura de uma negociação salarial com o governo.
“As perdas inflacionárias sobre as remunerações podem chegar a 40% neste ano, se não houver um reajuste”, destacou o sindicato.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a obstinação do presidente Jair Bolsonaro em conceder reajustes para policiais federais em ano eleitoral disparou a maior mobilização de servidores dos últimos anos, a primeira do atual governo. Indignadas com a preferência de Bolsonaro por uma categoria que lhe é favorável no jogo das urnas e com salários congelados há ao menos três anos em meio à inflação galopante, diversas carreiras da elite do funcionalismo público têm paralisado as atividades, com impactos em serviços e divulgações importantes.
Por enquanto, contudo, não há disposição para a unificação do movimento, como foi na última grande greve, em 2012.