PORTO ALEGRE, RS (UOL/FOLHAPRESS) – A segunda passagem de Diego Aguirre como treinador do Internacional começou, oficialmente, nesta segunda-feira (21). Dois dias depois de ser anunciado, o uruguaio foi apresentado pela diretoria e respondeu perguntas sobre o retorno ao Beira-Rio depois de seis anos.
Contratado para ser o substituto de Miguel Ángel Ramírez, ele assumiu que a equipe colorada vive uma fase ruim e prometeu montar time com a identidade do clube. Aguirre ainda tratou o acordo com o Inter como uma volta para casa.
O treinador lembrou a chegada ao Brasil como jogador, quando assinou com o clube gaúcho, e também o início da carreira como técnico no país, também a partir de Porto Alegre.
“Estou muito feliz de voltar à casa. Sinto uma emoção muito grande de ter essa nova oportunidade. Tive a sorte? Me lembro de quando era um menino e o Internacional me abriu as portas do futebol brasileiro. Em 2015, abriu as portas mais uma vez, mas ali como treinador. Agora, novamente, estou aqui em casa. Acho que ficaram algumas coisas importantes e boas por fazer. Tenho a convicção de que vamos viver muitas coisas boas juntos”, disse Aguirre.
A missão do novo treinador é recuperar o time, dentro e fora de campo. Vice-campeão brasileiro na temporada passada, o Inter apostou em uma mudança radical no modelo de jogo e desistiu depois de 21 partidas. Com a eliminação na Copa do Brasil, dentro de casa em duelo com o Vitória, Ramírez foi demitido.
“Primeira coisa que acho importante é recuperar a identidade. Temos um plantel muito bom, com jogadores de qualidade. Eles foram vice-campeões brasileiros, meses atrás. Tem muitas coisas na cabeça. É preciso definir um foco, determinação. Tentar rapidamente voltar ao nível que é possível de apresentar. Reitero, tenho muita confiança que eles têm qualidade e precisam simplesmente sair dessa fase um pouco ruim”, declarou o treinador.
Aos 55 anos, Diego Aguirre assinou com o Internacional até dezembro de 2022. Com ele, foram contratados Fernando Piñatares, preparador físico, e Juan Verzeri, auxiliar técnico. Paulo Paixão também assinou para ser coordenador da preparação física.
“Gostaria de ser um time protagonista, de pressão, dinâmica, que joga um bom futebol, mas também que o Inter tenha a identidade do clube, que não perca coisas que traz com ele em muitos anos. O torcedor se sente identificado quando o time luta, se entrega por cada bola. Isso não pode faltar. Mas claro que temos que tentar ser um time acostumado a ganhar. Um time grande tem essa obrigação e temos que pensar nisso”, afirmou.
Aguirre passou pelo Inter durante pouco menos de oito meses, em 2015. Campeão do Campeonato Gaúcho e semifinalista da Copa Libertadores, o uruguaio foi demitido às vésperas de Gre-Nal na Arena do Grêmio sob argumento de abalo psicológico do elenco e comissão técnica, após derrota para o Tigres (MEX).
“Sempre, em todo trabalho, procuro ganhar experiências. Falando especificamente de 2015, fizemos um grande trabalho. Não tivemos grandes lesões, lançamos muitos jogadores jovens. Me lembro de coisas espetaculares. Se eu lembro de 2015, lembro de muitas coisas boas. Faltou o título da Libertadores, que chegamos perto, mas são coisas que acontecem. Me lembro de uma experiência espetacular. Se estou novamente aqui, é porque a diretoria valoriza o que fizemos naquele trabalho”, opinou.
“Me lembro de grandes momentos que passamos juntos, me lembro de cada jogo da Libertadores com a torcida na rua comemorando e apoiando. Lamentavelmente, eles não vão estar aqui, pelo problema que já sabemos, mas sei que tem muitos torcedores em casa fazendo força e acreditando em um Inter vencedor. Essa é uma das responsabilidades que sinto e assumo”, acrescentou.
A estreia de Diego Aguirre como treinador do Internacional deverá ocorrer contra a Chapecoense, na quinta-feira (24), pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro, em Chapecó.