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EsportesBolinha soma títulos no boxe e não quer ser conhecido só como neto de Servílio

Bolinha soma títulos no boxe e não quer ser conhecido só como neto de Servílio

Bolinha soma títulos no boxe e não quer ser conhecido só como neto de Servílio

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No esporte, assim como em todos os ramos da atividade humana, um sobrenome famoso pode ajudar ou ser uma responsabilidade muito grande. Aos 21 anos, o boxeador Luiz Gabriel do Nascimento Oliveira, dono de títulos internacionais importantes, integrante da seleção brasileira e com grande possibilidade de representar o País nos Jogos Olímpicos de Paris em 2024, almeja ser conhecido como “Bolinha” (apelido de infância) e não mais apenas como o neto de Servílio de Oliveira, primeiro medalhista do boxe brasileiro em Olimpíadas, ao ganhar o bronze na Cidade do México, na edição de 1968.

“No começo era um peso, uma responsabilidade, pois as pessoas ligavam meu nome ao de meu avô. Hoje é um incentivo para que eu possa seguir meu caminho e seja conhecido como Luiz Gabriel ou Bolinha”, disse o pugilista, que na semana passada se sagrou campeão continental, vencendo na final o atual campeão mundial na categoria até 57 quilos.

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Praticante da nobre arte desde os 11 anos, Bolinha ostenta um cartel invejável: são 161 lutas, com 148 vitórias e apenas 13 derrotas. O sucesso no ringue se deve a um estilo elegante de lutar, capaz de “jogar” boxe como destro e canhoto, sempre com uma variedade inesgotável de sequências de golpes. “O meu preferido é o ‘de casa’: um direto de direita na linha de cintura do adversário”, revelou o lutador, que mora em uma chácara em Sorocaba, onde possui toda a estrutura para a prática do boxe, desde ringue até sacos de areia e aparelhos de musculação.

DURA ROTINA

Todos os dias são cerca de cinco horas de treinamento. As atividades têm início às 6h com corrida, musculação e sombra até as 9 horas. À tarde, o trabalho reinicia com os exercícios no ringue das 16h às 18h. Todos os seus movimentos são coordenados pelo irmão João Victor, que também é seu treinador.

“Não sou um pegador (boxeador com golpes demolidores), mas construo os nocautes, castigo meus rivais com paciência”, disse Bolinha, que, apesar de destro, gosta de atuar como canhoto. Esta é uma habilidade rara entre os atletas da modalidade.

As vitórias internacionais garantiram a ele ajuda financeira da Confederação Brasileira de Boxe, Bolsa Atleta (do governo) e o salário de terceiro sargento da Marinha. Apesar de toda esta estrutura, ele não esconde que seu maior sonho é se tornar boxeador profissional após a disputa dos Jogos de 2024.

Até lá, Bolinha tem agenda cheia, com direito a torneio na República Checa, Grand Prix e Brasileiro. Tudo isso até o mês de julho.

“O Bolinha nasceu no meio do boxe. A família toda é envolvida nesse esporte. Além do DNA, é um menino que ouve bastante, ganhou do campeão mundial e tem muita coisa para fazer. Nunca deixou de acreditar”, disse o avô, de 73 anos, e atualmente comentarista na ESPN.

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