- Publicidade -
EsportesCom cortes de vagas e de investimentos, Brasil reduz número de atletas militares nas Olimpíadas

Com cortes de vagas e de investimentos, Brasil reduz número de atletas militares nas Olimpíadas

- Publicidade -

TÓQUIO, JAPÃO (FOLHAPRESS) – Em meio a cortes de vagas no programa do Ministério da Defesa dedicado a atletas e a uma queda de investimento no atual ciclo olímpico, o desempenho dos esportistas militares em Tóquio é uma incógnita.

Enquanto no Rio eles garantiram 13 das 19 medalhas conquistadas pelo Brasil, no Japão há baixas importantes, como a da judoca Rafaela Silva, suspensa pelo uso de doping, e a de Robson Conceição, focado em sua carreira no boxe profissional. Ambos foram ouro em 2016.

- Publicidade -

Já outros atletas, como Martine Grael (ouro na vela), Alison (ouro no vôlei de praia), Felipe Wu (prata no tiro esportivo) e Mayra Aguiar (bronze no judô), deixaram o Programa de Alto Rendimento (PAAR), iniciativa federal para custear melhorias de centros de treinamento, aquisição de material esportivo e viagens para competições. Em 2018, 630 atletas faziam parte do projeto, que hoje perdeu 90 vagas.

Se entre 2013 e 2016 o governo destinou R$ 27 milhões a infraestrutura e viagens para esportistas militares, no atual ciclo olímpico o investimento foi de R$ 23 milhões. Desse montante, R$ 11 milhões foram gastos apenas em 2019, com a sétima edição dos Jogos Mundiais Militares, em Wuhan, na China, em que a delegação verde-amarela terminou em terceiro lugar no quadro geral, com 88 medalhas –21 de ouro, 31 de prata e 36 de bronze–, atrás de China, com 239 conquistas, e Rússia, com 161.

Na ocasião, o Ministério da Defesa teve de comprar uniformes, material de treinamento e passagens áreas para uma delegação de 349 competidores –número superior aos 301 representantes do Brasil em Tóquio.

Agora, em 2021, 92 inscritos no PAAR disputarão as Olimpíadas no Japão, o equivalente a 30% da equipe do país, e espera-se que esses atletas briguem por pódios em 21 das 46 modalidades em jogo. Cinco anos antes, eram 145 militares em 27 esportes, números também impulsionados pela maior delegação que o Brasil, então país-sede do megaevento, levava a uma edição de Jogos Olímpicos, com 465 componentes.

Procurada, a pasta não respondeu aos contatos da reportagem para explicar os cortes de investimentos.

Entre as apostas por medalhas no país asiático, a campeã mundial de boxe (até 60kg) Beatriz Ferreira puxa a fila. Outros atletas que devem disputar pódio e que estão ligados às Forças Armadas são Alison Santos, especialista nos 400 m com barreira, Ana Marcela Cunha (maratona aquática), Milena Titoneli (taekwondo), os ginastas Arthur Nory e Arthur Zanetti, Ana Sátila (canoagem slalom) e Guilherme Toldo (esgrima), além das duplas do vôlei de praia Ágatha e Duda, Ana Patrícia e Rebeca e Evandro e Bruno Schmidt. Álvaro, da dupla com Alison, fecha a lista dos competidores que fazem parte do PAAR.

Há outras parcerias em que apenas uma das pontas é militar. Como Martine Grael deixou o programa, apenas a sua companheira na vela, Kahena Kunze, permaneceu inscrita na iniciativa do governo. Atuais campeãs olímpicas, elas são candidatas a uma nova medalha de ouro.

Os integrantes do PAAR têm à disposição, além dos benefícios trabalhistas da carreira militar, acesso às instalações esportivas da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. O alistamento é feito de forma voluntária, e o processo de seleção leva em conta os resultados em competições nacionais e internacionais.

O Ministério da Defesa afirma gastar, por ano, R$ 38 milhões, incluindo a folha salarial (soldo, férias, 13º e assistência médica e odontológica), além de repasses para melhorias em estruturas de treinamentos e compra de uniformes. O salário mensal é referente ao soldo de terceiro sargento, de R$ 3.825.

Apesar do vínculo empregatício com as Forças Armadas, os atletas não precisam dar expediente e podem seguir com a rotina de treinamentos em seus respectivos clubes. Bater continência ao subir no pódio após conquistar uma medalha também não é uma obrigação, mas muitos esportistas militares fizeram o gesto nas Olimpíadas do Rio e em outras competições, algo que, em meio a cortes, deve ficar mais raro.

- Publicidade -
Mídias Digitais
Mídias Digitaishttps://www.acidadeon.com/
A nossa equipe de mídias digitais leva aos usuários uma gama de perspectivas, experiências e habilidades únicas para criar conteúdo impactante., com criatividade, empatia e um compromisso com a ética e credibilidade.
- Publicidade -
- Publicidade -
Notícias Relacionadas
- Publicidade -
plugins premium WordPress